CAPÍTULO SEIS

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presente

 
   
    Gabriel estava perdido naquele triste pensamento quando o advogado de acusação lhe despertou.

  — Você tem alguma prova sobre o que você acabou de nos contar?

    Gabriel olhou na direção do inspetor Mello, o detetive, o qual andava investigando o assassinato de Guilherme Santos.

  — Sim. — Ele respondeu. 

  O advogado de defesa então levantou a mão ao júri e pediu que chamasse uma testemunha. O juiz concedeu e então o detetive Mello tomou a frente.

  — Chamei a testemunha porque o réu nos informou que você tem a prova que o advogado da parte oposta pede. Isso é verdade?.—O advogado de Gabriel perguntou. 

   — Sim.  — Começou o detetive. — Dois dias antes do julgamento do réu, este me procurou e contou-me todo o acontecido. 

   O detetive então meteu a mão no bolso e retirou um pequeno embrulho, entregando ao advogado de defesa.

  — O réu me passou uma conversa entre ele e o ausente. Pediu-me para entregá-los meritíssimo.

   O juiz concedeu a prova e o advogado levou até a bancada onde tinha um policial com um notebook. O áudio foi transferido para as caixas no alto do salão.

  — Alô, Gabriel. Sou eu, o Eduardo. 

  — Oi, Edu. Você já saiu de Sortilégio?

  — Estou na estrada. Vou para a colônia do meu pai. Volto em três dias, meu amor.

  — E como você está?

  — Estou triste e com medo de ser preso, não queria ter matado o Guilherme, mas ele ia contar tudo.

  — Fique tranquilo, meu amor, eu darei um jeito de proteger você, eu juro, tá?

   — Obrigado, meu lindo. Serei eternamente grato a você.

  

   A gravação foi findada com falatórios e cochichos novamente. O advogado de defesa tomou iniciativa novamente. 

  — Como ouviram, o réu e o outro jovem trocava ligações no mesmo dia que antecede o assassinato de Guilherme Santos. O réu havia baixado um aplicativo de gravação desde o dia em que um ex-namorado de sua irmã, Talha Santos, havia lhe ameaçado. Porém, isso não vem ao caso. O que importa é que devido a esta gravação prova que o réu estava o tempo todo confirmando a verdade.

   — Isso não pode ser uma prova concreta. — Falou o advogado contra.

   — A mãe do jovem falecido, que não pôde estar aqui, nos revelou com toda a clareza que a voz presente nos áudios era, sim, de seu falecido filho Eduardo Gomes. Então, considerando a isto, provando claramente que o réu é inocente e que também não havia indícios no corpo da vítima, peço ao meritíssimo que nos dê sua resposta final sobre o acusado e réu Gabriel Silva Monteiro Viegas de Souza.

    Depois de alguns instantes, o juiz decidiu inocentar Gabriel desse crime.  Foi difícil para os pais de Eloah aceitarem a verdade e o relacionamento entre Eloah e Gabriel, considerando especialmente a tragédia envolvendo Guilherme. No entanto, com o tempo, eles entenderam e aceitaram que Gabriel não foi o responsável pela morte de Guilherme. Além disso, se Gabriel tivesse entregue Eduardo Gomes às autoridades mais cedo, a justiça já teria sido feita.

***

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