XI - Bona est lex si quis ea legitime utatur

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⚖️

A juíza sentiu dor de cabeça quando terminou de escrever uma sentença. Dez folhas, frente e verso.

- Vinte páginas. - Ela esfrega os olhos.

Ainda era uma da tarde e ela tinha outro compromisso. Ir até um presídio ouvir o depoimento de um detento que não tinha como se locomover pela cidade.

- Está tudo bem mesmo? Estou voltando depois de amanhã.

- Está tudo bem. - Lana responde ao Sean, tinha sido a semana mais calma da vida dela desde a última visita do Erick.

- Saudades de ficar com você. - Sean confessa e faz a Lana sorrir como boba no carro.

- Também sinto. - Ela desliga o telefone sentindo uma paz perfeita, em menos de dois dias ia reencontrar ele.

Acompanhada de policiais e da sua assistente, Lana circulou pelo presídio de segurança máxima.

O diretor do local, recebeu ela com urgência e ansiedade. "Mais um com medo dela" Anna pensou quando tentava não esboçar um sorriso.

-Excelência, bem vinda. - Lana apertou a mão do homem, que estava suada. - Já levamos o detento para a sala de interrogatório.

-Perfeito. - Lana não sorriu para o diretor, mas não foi grossa em momento algum.

Ela observou o local bem iluminado e amplo, um tipo de presídio organizado e limpo.

-Parabéns pela organização senhor. - pra surpresa do homem, ela dá um elogio. - Mesmo parecendo que alguns dos seus guardas estão aéreos hoje.

- Chamarei a atenção deles. - O diretor fica a um fio de gaguejar, Anna morde os lábios para não sorrir.

Lana vê que uma boa parte dos policiais está quase cochilando ou com o uniforme mal colocado.

Enquanto descem um lance de escadas, Lana pensa que precisa dar a sugestão de colocarem elevadores nos presídios, ao governo.

-Não vamos demorar muito, o advogado do réu já chegou. - Anna diz, ela está segurando o processo nos braços e segue a Lana ao mesmo passo da juíza.

A sala de interrogatório é pequena e fria, Lana se senta de frente para o réu e o advogado, Anna liga o gravador mas também o notebook para anotar as coisas.

-Vamos começar?

-Primeiramente, obrigada por vir excelência. - O advogado tenta puxar o saco dela.

-Está na lei e você fez a solicitação doutor, só estou cumprindo minha obrigação. - Ela se volta para o réu. - O senhor está preso e acusado de assassinato, mas não estou aqui pra perguntar do senhor, o que sabe sobre o comandante dessa facção?

Antes do réu falar, eles se assustaram com um som de estouro vindo do lado de fora da sala.

-Lana, o que foi isso? - Anna segura na cadeira da juíza.

- Eu não sei... - Ela pega o celular e envia um áudio pro diretor. - Responde.

- Vou lá fora ver o que é. - O advogado se oferece.

- Não. - Lana fala rápido. - Não posso ficar numa sala com um detento sem um advogado.

- Eu vou excelência. - Anna se levanta.

- Seja rápida. - A mais nova sorriu e rapidamente saiu da sala.

Lana e os outros esperaram uns segundos até ouvir gritos e tiros do lado de fora.

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