XIV - Nemo iudex in causa sua

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A investigação atingira um ponto crítico. Sean e Lana, embora ainda lutando com os sentimentos não resolvidos entre eles, estavam totalmente focados em desmantelar o esquema de corrupção que ameaçava tanto a vida profissional quanto pessoal de ambos. Era hora de agir, e eles sabiam que suas próximas ações poderiam ser definitivas.

Sean estava preparado. Ele passou dias rastreando Anna, a peça-chave no esquema. Era um funcionária mediana, sem destaque aparente, mas suas mãos estavam em todas as transações suspeitas.

Sabendo disso, Sean planejou seu movimento com precisão.

A oportunidade veio em uma manhã abafada, em um estacionamento isolado no subúrbio da cidade.

Anna costumava sair para almoçar sozinha, e Sean sabia exatamente onde a encontrar.

Enquanto Anna destrancava seu carro, Sean se aproximou devagar, as mãos nos bolsos, como se não quisesse alarmá-lo.

Quando a mulher percebeu sua presença, ficou visivelmente tensa, o suor já se formando em sua testa.

— Precisamos conversar, senhorita Anna. — disse Sean, com um tom que não permitia negação. Seu olhar era duro, focado.

Anna olhou ao redor, nervosa, como se estivesse verificando se havia alguma rota de fuga.

— Eu... não sei do que está falando. Eu só sou uma funcionária como qualquer outro do tribunal.

Sean deu um passo à frente, bloqueando a porta do carro de Anna.

— Sabemos o que você fez. Sabemos o seu envolvimento com as aprovações e os contratos fraudulentos. Agora, eu vou te dar uma chance de limpar seu nome antes que tudo desmorone. Ou você colabora, ou isso vai acabar muito mal pra você.

O medo nos olhos de Anna era evidente. Ela sabia que estava encrencada, e a presença imponente de Sean tornava a situação ainda mais desesperadora.

Por um momento, parecia que Anna ia resistir, mas então ele viu algo no olhar de Sean, uma determinação inabalável.

— Eu... eu não tenho escolha, não é? — Anna murmurou, a voz tremendo. Ela sabia que estava encurralada, sem saída.

— Não, você não tem — respondeu Sean friamente, seus olhos fixos na mulher. — Me dê os nomes. Quem está por trás de tudo isso? E eu quero provas.

Anna hesitou por um momento, olhando para os lados como se ainda procurasse uma maneira de escapar.

Mas então, a resignação tomou conta. Ela respirou fundo e, com um aceno derrotado, disse: — Eu posso te dar os documentos. E... e os contatos. Mas você tem que me proteger.

Sean assentiu. — Você vai colaborar com tudo. Agora vamos.

Com isso, Sean garantiu o primeiro grande golpe contra o esquema. As informações que Anna entregaria seriam cruciais para desmascarar todos os envolvidos — mas o próximo passo cabia a Lana.

Lana sempre soube que o juiz Otávio estava envolvido até o pescoço no esquema, desde o julgamento de Erick.

Seus votos, suas decisões jurídicas, tudo indicava que ele estava sendo comprado. Mas agora, depois das evidências que ela e Sean reuniram, era hora de jogar com ele — de dentro.

Ela organizou uma reunião particular com o juiz, dando a entender que estava disposta a discutir um "acordo".

Sabia que a posição que ocupava poderia interessar a ele. Era uma armadilha, e ele morderia a isca.

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