eyes dont lie - isabel larosa

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"você diz que me odeiamas me conta coisas que ninguém sabe"

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"você diz que me odeia
mas me conta coisas que ninguém sabe"

lua's point of view

A casa do Joaquin é gigante. De verdade, eu acho que tem umas trezentas pessoas na parte de fora. Tem algumas pessoas na piscina, mas quase todo mundo está dançando enquanto funk toca bem alto por toda a casa.

Eu e Gaby chegamos e já somos recepcionadas pelo uruguaio que com certeza já bebeu bastante. Ele nos abraça e diz que o resto do pessoal está jogando sinuca.
Antes de ir até eles nós pegamos copos de bebida, um pra cada uma, e sigo ela até os meninos.
Por lá vejo Veiga, Murilo, Endrick, Gabriel e o Colombia. O restante do elenco ou não veio, ou está em outra área. Rapha e Gabriel estão jogando sinuca, os outros estão bebendo e assistindo.
Cumprimento todos novamente, Murilo me elogia, e Raphael também, gentilmente. Gaby se senta do lado de Endrick e eu me afasto um pouco por que não quero servir de tocha humana.

— Cê' é louco família — o pirralho do Endrick começa — daqui a pouco eu tô' como? Só mandando os passinhos

— Se eu beber muito, me prendam em um quarto, e de preferência, sem o celular! — peço, e todos riem da minha desgraça.
Percebo que Richard se aproxima de mim, me olhando de cima á baixo.

O analiso, ele usa uma camisa azul escuro, calça branca, tênis nas mesmas cores e seu cabelo com as luzes retocada, simples, mas nele fica absurdamente lindo, dá até raiva.

Estou escorada em um balcão segurando meu copo em uma mão. Não me pergunte o que estou bebendo, por que não faço ideia.
Ele vem até mim e para na minha frente.

— Você tá' linda — diz, simples.

— Você também não tá' nada mal. — comento sorrindo, e ele revira os olhos. — Você não bebe? — pergunto ao ver que ele não tem nada em mãos.

— Nunca bebo muito, principalmente em festas assim, normalmente quem cuida dos bêbados ai — ele aponta pra nossos amigos — sou eu. — faz uma cara de sofrimento.

— Bom, mais uma bêbada pra você cuidar — digo, colocando as mãos no rosto e fechando os olhos. Ele ri.

— Com todo prazer.

Estava dançando quando olho mais além do Richard, uma figura conhecida.
Merda. Merda. Merda. Merda!

Matias. Meu ex, e responsável pelo meu medo de me apaixonar novamente.
Bom, vamos lá, quando eu tinha 18 anos e havia acabado de terminar a escola, conheci o Matias através de uma amiga em comum. Ele era muito bonito, me tratava bem, nós nos aproximamos e começamos a namorar. Foi tudo ótimo, pelos primeiros cinco meses, até meu aniversário de 19, onde estavam todos os meus amigos e familiares. Eu bebi, estava dançando com minhas amigas e ele simplesmente surtou. Quando a festa acabou e todos foram embora, ele me obrigou a transar com ele, estando completamente bêbada, pensou que no dia seguinte, eu não iria me recordar. Lembro dele dizendo "Não quer ser uma puta? Então seja!".  Eu não queria, eu não queria! Ele me estuprou. No outro dia, quando acordei na cama ao lado dele e me lembrei de tudo, não fiz nada, eu não tive coragem. Senti, e até hoje sinto que a culpa foi minha, por algum motivo. Ninguém sabe do que aconteceu, por que depois desse dia, eu apenas sumi. Bloqueei ele de tudo, nunca mais tive contato, e até esse momento, nunca mais tinha o visto. Ele também não havia me procurado, sabia o que tinha feito, e tinha medo de que eu o denunciasse caso aparecesse. Chegou aos meus ouvidos que ele estava morando em São Paulo, mas eu não dei atenção pra isso, qual a probabilidade de ser no mesmo lugar que eu moro? E por que caralhos o Joaco conhece ele?

alma - richard ríosOnde histórias criam vida. Descubra agora