Capítulo 13

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- FRANCISCA, CAROLINA!

O que raio era isto?

- KIKA, LINA! ACORDEM, POR AMOR DE DEUS!

Meu, são seis da manhã. O que o Félix quer as estas horas?

- SE VOCÊS NÃO SE LEVANTAM ARROMBO A PORTA!

Saio da cama com a Francisca atrás de mim e abro a porta.

- Até que enfim!

- João Félix Sequeira, são seis da manhã! Nós mal dormimos ontem!

Ontem tinha sido o primeiro jogo da fase de grupos. Ganhámos à Chéquia por 2-1. Foi bastante sofrido, começámos a perder aos 62', mas felizmente os checos fizeram um auto-golo. Aos 87', ainda nos anularam um golo e neste momento comecei a ficar seriamente desesperada. Nada que o Chico, ou espalha-brasas como agora lhe chamam, não resolvesse aos 90+2'. Nunca gostei tanto de um jogador do Porto.

- Lina, Kika, eu sei que estão cansadas, mas preciso que se vistam e venham comigo. Por favor!

Olhei para a Kika e encolhi os ombros. Acho que não tínhamos muita opção.

- Espera aí e nós já vamos.

Fechei a porta e vesti-me, enquanto discutia com a Francisca o que raios o Félix queria a estas horas.

- Prontas, meninas?

- Não fazemos ideia para onde vamos, portanto, não estamos prontas para absolutamente nada do que aí venha.

Concordei com ela e fomos descendo até àquele jardim onde estivera com o João no outro dia. Ainda está de noite, as estrelas ainda brilham no céu noturno.

- Ora, bom dia.

- Inácio, socorro, o Félix está louco.

A Francisca riu-se e o Félix fez cara de desilusão.

- Agora, querem nos explicar porque raio nos acordaram às seis da manhã?

- Já vão descobrir, venham.

Eles levaram-nos para os fundos daquele jardim imenso, até uma parte cercada por arbustos. Para espanto meu e da minha amiga, eles atravessaram os arbustos e ainda nos fizeram atravessar.

- Fechem os olhos!

- Se eu cair, vocês é que se lixam rapazes!

O João segurou-me a mão e foi me puxando.

- Podem abrir!

Assim que abri os olhos, mal podia acreditar.

- O que achas, Lina?

- Isto é lindo.

Estávamos numa espécie de monte, ao fundo via-se o Sol a nascer, havia uma mesa posta com frutas e doçarias.

- Olhem, não fiquem aí as duas especadas a olhar! Venham comer qualquer coisa.

Olhei para a Kika, ela estava radiante.

- Eu fico com um croissant com chocolate!

- Eu também como um!

Ficámos ali uma meia hora, a provar tudo o quanto tinha açúcar, até o Félix me chamar.

- Vem comigo a um sítio.

Eu juro, que ansiedade.

Fui atrás dele e ao olhar para trás, vi o Inácio com uma cara de desespero, como se estivesse a dizer "socorro, ajudem!". O que raio se passava com ele?

Dentro (ou fora) das quatro linhasOnde histórias criam vida. Descubra agora