Capítulo 7.

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𝐉𝐎𝐄 𝐆𝐎𝐋𝐃𝐁𝐄𝐑𝐆

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𝐉𝐎𝐄 𝐆𝐎𝐋𝐃𝐁𝐄𝐑𝐆.

    O floco desenhado de neve escorre pela janela como um adeus do outono, das folhas secas e do chá de canela. O inverno é minha estação preferida.

    O aroma do café fresco e o tilintar de xícaras preenchiam a pequena cafeteria, uma fuga confortável do frenesi de Nova York. Sentei-me em um canto, com o olhar fixo no jornal amarelado que repousava sobre a mesa, mas meu pensamento estava longe, mergulhado em um abismo de culpa e obsessão. A manchete em letras garrafais falava do desaparecimento de Max, o seu presunçoso ex-namorado e, de alguma forma, a ironia me cortava como uma lâmina. Aquela notícia era um espetáculo, um circo que todos queriam assistir. Não porque amassem Max, mas porque a tragédia sempre atraiu o público. Não que eu me importasse. Era só mais um eco de algo que eu já sabia.

    Você não está me respondendo direito ultimamente. Me pergunto se há algo que eu disse que a chateou. O desaparecimento deste filhinho de mamãe mexeu com você, de um jeito nada conveniente para nosso amor florescer como deveria.

    Neste momento, eu deveria estar afagando seus cabelos.

━ Você ouviu? O Max desapareceu! ━ Uma mulher na mesa ao lado exclamou, seu tom de voz carregado de indignação. ━ Ele era tão bom! O que pode ter acontecido com ele?

    Engoli em seco, a fúria fervendo dentro de mim. Bom? Max não era bom. Ele era um idiota, um filho da puta, e todos na mesa pareciam cegos para isso. O filho de John Petterfield, magnata da indústria do leite, tinha um mundo em suas mãos, e mesmo assim, ele escolheu se cercar de pessoas que não valiam nada. Não era de admirar que você tivesse se afastado dele, mesmo que isso não tivesse sido suficiente para evitar que sua imagem agora fosse erguida como uma bandeira de mártir.

━ É tão triste. Ele não merecia isso. ━ A voz da mulher continuava a ressoar, como um tambor surdo em meu cérebro. A raiva pulsava nas minhas veias, fazendo cada célula do meu corpo gritar por vingança e justiça. Você não merecia isso, e por mais que tentasse ignorar, a culpa de sua dor me atingia em cheio. Se eu não tivesse tomado a decisão de eliminá-lo, talvez as coisas fossem diferentes. Mas não, a escolha era clara: a proteção de Ellie era o que importava.

    Levantei-me abruptamente, deixando o jornal sobre a mesa, sua imagem manchada pela minha determinação.

━ É hora de abrir a loja. ━ murmurei para mim mesmo, enquanto caminhava em direção à livraria. As ruas de Nova York eram um labirinto congelado, e eu era um fantasma que vagava por elas, perdido em meus pensamentos sombrios.

    Assim que entrei na livraria, o som do sino da porta me trouxe de volta à realidade. O cheiro de papel e tinta me envolveu como um abraço. Ethan estava atrás do balcão, discutindo sobre “Senhor dos Anéis” com um cliente. A voz dele ressoava em minha cabeça como uma mosca incômoda.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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𝐓𝐑𝐔𝐒𝐓, 𝒋𝒐𝒆 𝒈𝒐𝒍𝒅𝒃𝒆𝒓𝒈.Onde histórias criam vida. Descubra agora