Talita
Acordei com uma luz forte no meu rosto e olhei pro lado, vendo dois homens em pé e fechei os olhos novamente quando vi que eles vieram para perto de mim.
- pode abrir esses olhos aí que geral já viu que tu tá acordada filhona.
Demorei um pouco e abri, vi o cara que minha mãe prendeu e outro que estava de touca, ele tava sem camisa e com uma arma na cintura, o que me deixou com mais medo. Eles me olhavam com interesse e eu tive total recordação de ontem.
Talita: o que vocês estão fazendo? Podem ter certeza que minha mãe vai prender todos vocês
- pode ficar ciente que você sai antes dela querer subir esse morro atrás de você filha, se liga que ninguém é palhaço aqui.
Eles estavam mais afastados enquanto outro homem entrava na sala, ele era alto e tinha um cigarro na boca. Ele tinha uma cara fechada e chegou perto do menino branco dando um murro em seu braço, ele olhou pro cara sem entender e eu vi o outro cara me olhando.
- por que porra tu pegou essa menina, tu só quer foder com o esquema dos parceiros né ? Vai mandar essa menina ralar hoje ainda, que o Bope comunicou em rede nacional que a mina sumiu, o b.o vai vir só pra cima dos parceiro daqui, se liga Pw
Pw: porra, só peguei a mina porque ela quis dar uma de grandona pra mim, e ninguém da não
- além da tua mulher né ? - falou o outro cara e ele olhou com raiva já.
Eles ficaram conversando entre si e eu já estava com calor e ficando tonta, eu estava com sede e com fome. Mas claramente isso não importava para eles, senti minha cabeça doer e tentei falar algo, mas eles continuaram batendo papo e senti minha visão ficar turva e eu desmaiar.
[...]
Acordei com uma dor na cabeça insuportável, estava em um quarto de hospital e do lado da porta tinha um cara de roupas pretas e máscara, ele me olhava firme e parecia demonstrar raiva, fiquei desesperada quando ele estava vindo para perto e apertei um botão vermelho que tinha no controle na cama, fazendo um barulho no quarto. O homem continuou me olhando mas logo saiu da sala fechando a porta e entraram duas enfermeiras, e atrás a minha mãe
Marcela: meu amor, fiquei super preocupada com você. Como você está? Sabe me dizer quem sequestrou você ? Pode ficar tranquila que eu irei prender os responsáveis meu amor
- peço que não faça tantas perguntas para a paciente, ela pode estar desnorteada e não lembrar rápido quem fez algo com ela, peço que tenha paciência tudo bem? -minha mãe ficou calada e se afastou enquanto seu celular tocava- tudo bem, como você se sente? Sua cabeça está doendo? Tinha um ferimento aberto e já fechamos.
Talita: como eu cheguei aqui?
- um homem moreno lhe deixou, ele disse que você desmaiou quando estava com ele e não quis mais acorda. Deu seu nome, sua identidade e celular. Não se lembra de nada?
Talita: não. Só me lembro de desmaiar e acordar aqui, preciso de água por favor
- tudo bem, não force a memória também, pode ser pior. Irei pegar seu copo com agua e seu medicamento, aguarde um pouco
Ela saiu da sala e eu fiquei encarando a porta, não entendi por que me trouxeram para o hospital e claramente eu não iria querer saber, só queria voltar pra minha casa e passar uma semana sem sair de casa.