Capítulo 18

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Paul e Sophie caminhavam lado a lado na direção de onde aconteceria o conselho e a reunião dos fremens.

De longe, a jovem duquesa já notava que não eram poucos fremens e sim milhares, talvez milhões, que estavam reunidos ali em busca de um basta para tudo o que ocorria. Antes de irem, Paul disse que havia uma linha fina e estreita que dava ao sucesso agora que ele descobriu a verdade.

Jéssica era filha do barão. O que tornava Paul alguém da família Harkonnen. Essa parte proporcionou ao rapaz saber exatamente como deveria agir naquele futuro: como um Harkonnen.

Mas Sophie o lembrou dos estragos que a família tinha feito aos Atreides, aos Asterion e aos fremen, propondo uma contrapartida: fazerem os Harkonnen provarem o próprio veneno.

E isto é o que eles farão.

O casal sentia o chão tremendo por conta do verme de areia não muito longe deles, mas aquilo não os abalava. A determinação em mudar tudo era o que movia ambos, dando adrenalina nas veias e não se importando com os olhares que recebiam conforme abriram caminho na multidão.

Uns lhe julgavam, outros demonstraram olhares de adoração na direção do casal que estava sendo falado por toda Arrakis.

Conforme foram entrando na caverna, Sophie se surpreendeu que o número de fremens do lado de fora não chegava nem a ser comparado ao que estavam na parte de dentro, todos estavam unidos por uma causa com seus líderes na frente.

Os dois marcharam até o centro abrindo caminho, mesmo que um ancião tivesse alertado Paul de que apenas os líderes falavam, os dois não escutaram uma só palavra.

— Acha que somos burros de matar o melhor de nós? — Sophie perguntou ao homem sabendo o que ele queria insinuar — Acha que quebramos uma faca antes da batalha?

— Tire minha vida, Usul — Stilgar levantou e pegou sua adaga, como se dissesse que estava pronto para um combate — É o único caminho.

— EU APONTO O CAMINHO! — Paul gritou, fazendo com que os fremens se levantassem alvoroçados — NÃO TEM NINGUÉM AQUI QUE SEJA CAPAZ DE ME ENFRENTAR!

As dagacris logo foram apontadas para Paul e Sophie, que abaixou o capuz deixando com que a trança ficasse para fora e observava as reações. Ela sabia que causaria aquele efeito, tinha visto em suas visões que, aquele penteado, era considerado como uma coroa.

A MÃE DE VOCÊS FALARAM SOBRE NOSSA CHEGADA! — disse a garota.

— TEMAM O MOMENTO — completou Paul, que olhou para um homem e se agachou — Você acha que tem chances mas está com medo pensando se eu for O Predestinado? E se ela for Sihaya? Este é o momento que vocês rezaram a vida inteira. E você está orando agora para a sua avó que morreu há nove luas. Ela perdeu um olho, uma pedra esmagou o rosto dela enquanto atravessava o Cinturão.

Sophie completou tendo acesso aos pensamentos de Paul: — Ela só tinha doze anos quando isso aconteceu. Naquela época, este mundo tinha um nome fremen... Duna.

— LISAN AL-GAIB! SIHAYA! — o homem se ajoelhou na hora e os demais imitaram.

Paul, satisfeito, se voltou para outro homem e disse: — EM SEUS PESADELOS, VOCÊS DÃO ÁGUA AOS MORTOS E ISSO ALEGRA O CORAÇÃO DE VOCÊS!

Novamente houve um coro de adoração, e todos se ajoelharam.

— Muad'Dib — chamou Stilgar — Sihaya, o que vocês prevêem para nós?

— Paraíso verde — respondeu Sophie, sorrindo ao ver que Stilgar tinha se ajoelhado com um sorriso no rosto murmurando para que eles mostrassem o caminho — Vocês, todos vocês, nos ajudarão a transformar Arrakis no que ela deveria ter sido há muito tempo. Mas que por ganância ela não se tornou, não deixaram vocês prosperarem. E eu sei como trazer vida verde, água em abundância e tudo o que há de melhor para este planeta. EU SOU SIHAYA! A CRIADORA DE VIDAS! A MÃE NATUREZA QUE IRÁ TRANSFORMAR ESTE LUGAR NO QUE VOCÊS SEMPRE SONHARAM! EU SOU O CAMINHO!

Long Live - Paul AtreidesOnde histórias criam vida. Descubra agora