Sempre fui um fracasso em interações humanas, muito mais se essa interação envolve o sexo feminino. Depois de aceitar a minha total incapacidade em fazer uma mulher sentir-se atraída por mim, eu simplesmente desisti disso e resolvi focar em mim mesm...
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— Ele está certo.
Sinto um pequeno estalo no pescoço quando viro meu rosto bruscamente para olhar para o meu pai. Acabo de contar do pequeno problema envolvendo o Cole, a Olivia e eu. Detalhei absolutamente tudo para que meu pai não tivesse dúvidas sobre o seu veredito. Eu só não esperava que ele fosse dizer isso.
— Acha que eu estou errada?
— Não acho que tenha ninguém errado nessa história. São três pontos de vista diferentes. Você se preocupa com ele, porque acompanhou todo aquele processo de insegurança e o ajudou a superar isso. A Olivia se preocupa com a imagem dele. E ele só quer ser visto como alguém que pode decidir que caminho seguir.
— Não sei não. Essa garota não me desce.
— Por que será? — me olha de relance com um sorriso de canto.
Solto um suspiro e dou uma olhada em volta. Estamos perto de uma barraquinha com acessórios. À frente, tem um palco com uma banda de rock se apresentando para o público do evento. Tem muita gente aqui parecida comigo e com o meu pai. Isso costumava me fazer esquecer o resto do mundo, mas não está surtindo o mesmo efeito agora. Tudo o que eu consigo pensar é na Olivia e sua boca grande que me fizeram ficar mal na frente do Cole.
— Você deveria circular, tentar conversar com as pessoas. — meu pai sugere enquanto olha algumas correntes de prata da barraca. — Quem sabe não conhece alguém legal?
— Ah, claro... — digo desdenhando da ideia.
Dou uma olhada na parte das pulseiras. Tem uma de prata envelhecida com vários pequenos pingentes de estrela. Quando estico minha mão para pegar, acabo esbarrando na mão de outra pessoa que também ia pegar o objeto.
— Desculpe. — digo me afastando.
— Não, tudo bem. — a garota de cabelos pretos e grandes olhos azuis diz. — Ela é toda sua.
— Imagina. Pode ficar, não tem problema! — ergo minhas mãos.
— Sinceramente, ela combina bem mais com você. — ela pega a pulseira e se aproxima de mim.
Fico quieta enquanto a estranha segura o meu pulso e envolve a pulseira em meu braço.
— Eu acho que tenho que pagar antes. — solto uma risada baixa.
Ela pisca lentamente, algo que me lembrou um gato, ainda mais por causa do azul claro dos seus olhos. Quando ela chega mais perto como se fosse me contar um segredo, eu entreabro os lábios e respiro fundo sentindo o cheiro do seu perfume. Não estou mesmo interessada em ninguém, mas eu ainda sou um ser humano e mulheres bonitas e cheirosas são difíceis de ignorar.
