Everything has changed | Tayvis

Everything has changed - Capítulo 03

TAYLOR'S POV

DIA UM. 🏝️

As pessoas que dizem que Londres é uma cidade cosmopolita certamente nunca foram a um casamento grego. Estamos no salão principal da mansão alugada em Ornos e a cada intervalo de 30 minutos, chegam carros despejando pessoas de todas as partes do mundo. Temos europeus, africanos, americanos e asiáticos em uma mistura de idiomas que dão um gostinho do que deve ter sido a Babel bíblica se ela de fato tivesse existido um dia.

Eu já tinha ouvido falar dos famosos casamentos gregos, mas nem assistindo Mamma Mia dezenas de vezes me preparou para o que eu encontraria aqui. E olha que isso é só uma confraternização de boas-vindas, ainda faltam 7 dias para o casamento.

– Não, pode parar, não viemos pro outro lado do continente pra você ficar emburrada desse jeito o tempo todo.

Emilly surge do nada como um furacão e começa a me arrastar para o meio do salão sem me deixar a menor margem para esquivar. Graças à sua altura de 1,85 m e porte físico de jogadora de basquete.

Sim, ela é mais alta que eu. Por isso, decido usar a minha melhor arma.

– Em, eu não estou com uma cara emburrada porque eu quero! Você viu quem tá aqui? Ele ouviu tudo o que conversamos no avião, porra, que vergonha.

– E daí? Você está na Grécia, meu amor. Acomodação, alimentação e transporte pago, não tem direito de ficar pra baixo. E daí que seu chefe gostoso, quero dizer, babaca está aqui? Bora encontrar alguém pra te levar para um dos vários quartos da mansão e te fazer esquecer que existe uma vida te esperando na Inglaterra.

Eu a encaro, incrédula. Emilly acha que bom sexo pode resolver todos os problemas do mundo.

Às vezes pode.

– Anda, qual nacionalidade você quer? Que tal francês? Dizem que são românticos. – Ela aponta para um grupo do outro lado do salão com dois caras altos que parecem irmãos rindo sobre alguma coisa que não chega até onde estamos. – Ou italianos? Dizem que são bons de pegada. – Não olho para a direção que ela aponta, mas aposto que tem algum italiano no radar dela. – Já sei! – Ela para de repente fazendo com que eu colida com a parede sólida e musculosa que ela chama de corpo. – Você precisa de uma companhia carismática para te acompanhar durante toda a semana. E quer companhia melhor que a de um brasileiro? – Ela aponta para o carro que acaba de parar na entrada do salão revelando um grupo de pessoas falando em português.

– Como você sabe que são brasileiros? – pergunto, sem saber como a Emilly consegue distinguir tanta gente com tamanha facilidade.

Ela só pode estar mentindo.

– A gente tá agenciando o Newcastle. Tem dois jogadores brasileiros lá. Você tem que ver que fofura o sotaque deles. Imagina eles gemendo daquele jeitinho cantado quando falam?

– Emilly! – Dou um leve tapa no braço dela. – Deixa o Stephen descobrir que você anda fantasiando com brasileiros. E fala baixo, vai que eles escutam.

Ela levanta os ombros.

– Eu e o Stephen estamos nos conhecendo ainda. Não somos exclusivos. – Ela mantém o olhar na direção do grupo recém-chegado sem despistar o interesse. – E o que acontece na Grécia, fica na Grécia. Nunca ouviu esse ditado?

– É um ditado sobre Vegas, Emilly, todo mundo sabe disso.

Ela gira o corpo e olha para mim. Todo o ar leve desaparece do rosto dela.