Capítulo 1

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Era um anoitecer bonito no céu de Yukigaoka, em uma quadra que quase ninguém frequenta naquela época do ano, mas que agora tem cinco jovens sorridentes comemorando as conquistas dos amigos.

-Um brinde ao Tsukishima - Yachi disse primeiro.

-Diga Tsukki, o que estamos brindando - Yamaguchi falou segurando um copo.

-Estou contente em seguir jogando vôlei, um brinde ao meu contrato com um time novo - o loiro levantou seu copo e os amigos o acompanharam.

-Um brinde ao Yamaguchi - disse Hinata aos risos.

-Certo, brindemos a minha oportunidade na melhor faculdade de engenharia da computação - ele bebeu do copo depois do brinde.

-Um brinde a Yachi, vá diga sua conquista - falou Kei.

-Um brinde por eu ter conseguido entrar na faculdade e estar trabalhando - ela sorriu tímida.

-Parabens loira - disse o ruivo e ela agradeceu com um aceno.

-Então, um brinde ao Kageyama - disse Hitoka.

-Ah, um brinde pela oportunidade de jogar profissionalmente - ele disse e brindaram.

-Boa Rei - comentou o loiro.

-Por fim, um brinde ao Hinata - Kageyama falou sorrindo de leve.

-Um brinde... ahn... ao meu visto para o Brasil que foi aceito com sucesso, então um brinde a minha viagem - o ruivo sorriu e brindaram.

Eles ficaram juntos, comemorando suas vitórias recentes, rindo das derrotas que agora são só aprendizado, limparam a quadra e se despediram para cada um para seu canto, finalmente terminaram o ensino médio, não ganharam nenhum nacional, mas permaneceram juntos e isso foi o mais importante para todos.

-Então você realmente está indo para o outro lado do mundo? - Tobio foi o primeiro a se pronunciar, eles caminhavam para casa juntos, em um silêncio horrível e um clima tenso.

-Vou, semana que vem é meu voo, vai sentir minha falta Kageyama? Seu pequeno gigante está indo, mas logo eu volto para te vencer - o ruivo disse para amenizar o clima.

-Sentir sua falta? Essa sua alegria contagiante tão cedo, ficar pulando e falando de vôlei o dia todo, me irritando e ficando colado o tempo todo pedindo levantamentos, credo Hinata cresce, meu pequeno gigante, que besteira - dava para sentir certo tom de brincadeira na voz do moreno.

-Vou aceitar como um "vou sentir sua falta Shoyo" - o ruivo disse imitando a voz de Tobio.

-Faça como quiser - eles riram.

Seguiram em silêncio o restante do caminho, mas chegou o fatídico momento de seguirem ruas diferentes, seguirem rumos opostos.

-Tchau Hinata, acho que não vamos nos ver mais por enquanto, não é mesmo? - tinha certa tristeza no rosto do levantador.

-Eu embarco em sete dias, mas eu ainda tenho coisas a fazer, gente a me despedir, nosso grupo não marcou nada nesses dias, então sim, acho que não vamos mais nos ver até eu voltar, mas se quiser, na verdade gostaria que fosse ao aeroporto se despedir, se der claro, você é meu melhor amigo - o ruivo sorriu meio corado.

-Vou tentar ir, não prometo nada boke - cruzou os braços sério.

-Tudo bem, mesmo que não for, ainda seremos amigos, podemos trocar mensagens e ligarmos se precisar um do outro, até para coisas tolas que só nós entendemos, como ataques super rápidos e conversas sobre times que ninguém realmente assiste, tudo bem pra você Tobio?

-Tobio? - o moreno ficou surpreso.

-Eu queria te chamar assim pelo menos uma vez, desculpa - Shoyo riu.

-Vamos ser amigos sim, boke.

-Legal, vou indo para casa, tchau Tobio - Hinata deu seu melhor sorriso.

-Não era só uma vez?

-Deixa de ser ranzinza, assim ninguém do novo time vai gostar de você, bakayama.

-Certo boke, até mais - Tobio virou e começou a andar para sua rua.

Hinata correu e abraçou o levantador por trás, mas logo soltou e subiu na bicicleta.

-Se eu te pedisse um abraço sei que não daria, não podia ir embora sem um - sem esperar uma resposta pedalou para longe do colega.

O ruivo chegou em casa e notou algumas notificações.

'Hinata, sua bola de vôlei favorita está aqui em casa, o que eu faço com ela?' - Kageyama.

'Guarda até eu voltar, para não se esquecer de mim nunca' - Hinata.

Aquela era a bola na qual roubou no final do ensino médio, os amigos fizeram suas assinaturas, foi um dia importante para todos, a bola tem muito mais significado do que imaginam para o ruivo, mas ele de qualquer forma não levaria ela para o Brasil, então é uma boa ideia usar como um meio de falar com o moreno quando ele finalmente voltar para o japão, daqui dois anos.

Uma semana passou voando, agora o ruivo aguarda o embarque de seu voo, acompanhado de Natsu e sua mãe que vieram dar o último tchau ao pequeno moço.

Já na casa dos Kageyama.

-Porque não me chamou Miwa? - ele se trocava apressadamente enquanto gritava com a irmã.

-Você está de férias, relaxe - ela respondeu.

-Hoje era o dia que pedi para me levar ao aeroporto.

-Hoje? Achei que era amanhã, eu te levo agora correndo, vai para o carro - ela disse e ele foi.

Zarparam em questão de minutos, a garota não estava muito apresentável à sociedade, mas ela sentia que tinha vacilado com o único pedido que o irmão fazia em meses.

-Vai dar tempo - Miwa disse ao volante.

Estava transito, será que vai dar mesmo tempo?

-Desculpa, ele acabou de embarcar - a mãe do ruivo disse quando acabou encontrando com Kageyama dentro do aeroporto.

-Ah, que pena queria ter chego a tempo de me despedir decentemente - ele comentou baixo.

-Mande mensagem para ele, até o avião decolar o celular vai estar ligado, sei que ele vai te entender - a ruiva disse com um pequeno sorriso no rosto.

-Vou fazer isso, obrigado senhora Hinata.

-Até mais Tobio-chan - a mais velha disse e logo saiu.

Kagayama digitou algumas palavras de desculpas nas mensagens, deu umas explicações e até mandou uma foto para o ruivo para ele ver que realmente o moreno estava no aeroporto e que tinha ido se despedir.

Ele sorriu ao ver as mensagens de respostas sendo coisas que só o ruivo diria, desligou o celular e viu o avião decolar.

-É, vou sentir saudade sua, Shoyo, faça uma boa viagem - pensou alto.

Saudade sua, ShoyoOnde histórias criam vida. Descubra agora