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Gustavo Mioto, Los angeles

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Gustavo Mioto, Los angeles.
Ponto de vista.

Acabo de retornar de viagem e desfrutar de um banho relaxante. As nove horas de voo deixaram meu corpo exausto, clamando por descanso em uma boa noite de sono de doze horas.

Contudo, a fome é o que mais me aflige neste momento. Ao descer, direcionei-me ao armário apenas para perceber que não havia nada para comer, afinal, fazia meses desde minha última visita à Califórnia.

Embora pudesse solicitar algo para saciar minha fome, optei por calçar um par de tênis e dirigir-me ao meu carro. A duração de minha estadia na Califórnia é incerta! Escolhi este destino como refúgio para relaxar e me afastar temporariamente da mídia. Não interprete mal, amo minha profissão e aprecio meus fãs. No entanto, lidar constantemente com essa exposição torna-se exaustivo. buscar um tempo para mim não é um ato egoísta. Assim, estou nos Estados Unidos sem uma data definida para retornar. Aproveitarei para fazer compras para o mês, confiante de que até meu regresso, estarei em casa novamente.

Esta é minha primeira experiência viajando internacionalmente sozinho. Na última vez em que estive na Califórnia, estava acompanhado de minha família. Minha mãe, Jussara, meu pai, Marcos, e minha irmã mais nova, Letícia. Devido à ausência de uma data de retorno definida, optaram por permanecer no Brasil. Atualmente, não estou comprometido com nenhum projeto profissional, exceto por uma sessão de fotos agendada para daqui a uma semana.

Sinto a falta deles e anseio pela presença familiar neste momento. A última viagem que compartilhamos juntos foi verdadeiramente memorável, repleta de momentos preciosos que guardo com carinho em minhas lembranças.

O trajeto de minha casa até o mercado não é muito longe, chego rapidamente e consigo estacionar sem contratempos. O calor intenso era mitigado por uma brisa fresca que soprava suavemente.

Enquanto atravessava a praça de alimentação, deparei-me com a figura de uma pequena garotinha, aparentando ter menos de três anos de idade. Sozinha, percebi que sua mãozinha repousava sobre a testa, como se estivesse em busca de alguém em meio ao movimento ao seu redor. Seu semblante entristecido revelava a decepção ao não encontrar quem procurava.

Aproximei-me dela com cuidado, observando atentamente seus traços delicados. Seus cabelos ondulados exibiam uma textura lisa na raiz, transformando-se em pequenos cachos nas pontas, todos em um tom castanho harmonioso, em perfeita sintonia com a cor de seus olhos. Os lábios rosados e generosos contrastavam suavemente com sua pele alva e suave, que lembrava a delicadeza da porcelana.

— Hi, are you lost? — pergunto.

A pequena menininha me observava com expressão confusa, transmitindo um certo temor em seu olhar. Mantive-me em pé, decidindo não me assentar à mesa sem sua permissão, a fim de não causar-lhe nenhum desconforto.

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