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Gustavo Mioto, Los angeles

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Gustavo Mioto, Los angeles.
Ponto de vista.

Após retornar do mercado, dediquei-me imediatamente a preparar meu almoço, optando por uma refeição simples. Em seguida, aproveitei para tomar um banho, o qual resultou em um sono inesperado. Acreditava que despertaria apenas no dia seguinte, entretanto, fui surpreendido por volta das 20h, ainda envolto por um cansaço persistente, porém desprovido de sono. Aproveitando que estava sem fome, preparei minha janta com um modesto frango assado acompanhado de arroz.

Enquanto aguardava o cozimento dos alimentos, decidi tomar outro banho e vestir roupas mais confortáveis. Após a refeição, cogitei permanecer na sala para assistir algum programa televisivo, mas a disposição não me favorecia, motivando-me a recolher-me ao quarto. Foi então que percebi a urgência de instalar uma televisão no ambiente. O frio noturno se fazia presente e a janela estava aberta, rapidamente fui fecha-lá. Ao atender ao chamado do vento gelado e ajustar a abertura da janela, deparei-me com a visão do quarto da minha vizinha.

A morena, de cabelos longos e silhueta esguia, permanecia de costas para a janela, emanando uma beleza singular. Sua expressão denotava um misto de beleza e inquietação, evocando lembranças da morena que havia conhecido mais cedo. Um semblante de temor pairava sobre ela, enquanto uma discussão acalorada se desenrolava rapidamente, intensificando-se a cada instante.

Talvez o correto fosse eu fechar a janela e fingir não ter presenciado nada. Consciente da invasão imprudente à privacidade alheia, ponderava sobre a ética de observar os conflitos entre vizinhos. Todavia, meu interior implorava para eu permanecer, desconheço se era mera curiosidade ou simplesmente aconteceria algo e eu precisava estar aqui.

E então, aconteceu. O homem alto e imponente apertou os braços da morena, cujos olhos refletiam um profundo temor. Com violência, ele a empurrou na cama, despertando em mim um nervosismo latente ao tentar vislumbrar o rosto da mulher, que aparentava ter 23 anos.

Para minha surpresa, rapidamente reconheci-a imediatamente. Era a Ana Flávia, a mesma morena com quem cruzara caminhos no mercado horas antes. Aquele homem, presumivelmente Pedro, seu marido e pai de Aurora. Sem hesitar, acionei prontamente as autoridades policiais, as quais responderam com celeridade às minhas informações detalhadas, assegurando-me que não demoraria para chegar no local.

Foi então que testemunhei o ato abominável, deixando-me aturdido. Diante da iminente violência, ela debatia-se em desespero, revelando-me a terrível intenção do agressor.

Ele estava tentando abusar da Ana.

Sem perceber, já me dirigia à residência de Ana Flávia. Consciente de que o protocolo recomendava aguardar a chegada da polícia, vi-me incapaz de permanecer parado diante do horror que a morena estava vivendo. Assim, adentrei a moradia com pressa, subindo as escadas com rapidez. Ali, deparei-me com Aurora nos braços de sua mãe, em prantos.

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