🎃Epilogo🎃

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Me abaixo para não encostar na aranha, e passo a mão tirando a teia falsa da minha frente. Quase tropeço na abóbora enorme ao virar o corredor. Era o meu terceiro halloween e ainda não tinha me acostumado a toda euforia maligna.

- Posso? - Eleonor uma aluna do segundo ano surge na minha frente como uma verdadeira assombração e sorrio para disfarçar meu susto, olho para sua mão que segurava um frasco com liquido vermelhejo, suponho ser sangue falso.

- Se isso não for sangue de uma virgem, tudo bem. - ela me encara franzindo a testa com minha piada, possivelmente não é uma piada decente, mesmo para o Halloween. 

- Não, mas dizem que era uma santa. - responde, e sorrio e deixo que ela coloque o sangue sobre meu rosto com um conta contas. Era nojento - Obrigada. - ela sorri estranhamente, a menina some do mesmo jeito que surgiu, em um pisar de olhos, no outro surge Marcus mostrando sua mão sem três dedos e segue sorrindo juntos aos colegas, e disfarço minha cara de repulsa.

Observo o colégio, anos atrás eu mal reparava na decoração, fugia o máximo possível de toda bagunça macabra, mas desde que Spencer entrou na minha vida eu via de um modo diferente, ano passado fui mais participativo nas preparações, mas ainda não me considero o maior fã do halloween. Aconteceria uma festa temática nesse fim de semana, e os alunos tinham animo de sobra para se fingirem de morto. As pessoas ou estavam assustadoras demais ou sexys demais. E apesar de que possivelmente duvidem de mim, ano passado ver minha aluna Mathilde de coelhinha da playboy foi o maior horror do meu ano. 

Spencer tinha ideias infinitas de fantasia possivelmente usou mais do que fui capaz de contar, embora eu não acho ruim, sua empolgação é excitante.

- Deveria usar guardanapo após a refeição. - a professora brinca quando entro na sala dos professoras.

- Manny, Manny você dá liberdade demais para seus alunos. - O'Cronell reprende, seu tom nunca simpático.

- Isso é inveja porque eu sou o príncipe deles, e você o carrasco. - Não eu não disse isso, apesar de querer muito. Apenas sorrio e dou de ombro para meu colega.

Mas entre meus sentimentos de conflito sobre  essa época do ano, estava meu melhor segredo que cultivava a semanas. Em casa pego ao fundo do guarda roupa a pequena caixa. Spencer ama Haloween, eu amo esse homem. E eu queria tornar essa data ainda mais especial, eu o pediria em casamento no dia das bruxas.

Parece um presságio, talvez uma data terrível se eu pensar demais. Afinal, dizem que é um dia amaldiçoado, mas nunca fui supersticioso – ou pelo menos tento não ser. E, claro, Mike insistiu que pedir alguém em casamento no Halloween era um desastre anunciado. Mas, verdade ou não, hoje nenhum espírito ou lenda me impediria.

Um estrondo me fez pular; o vento fechou a janela com um golpe seco. Respirei fundo. Era apenas nervosismo – nada mais. Amanhã, finalmente, eu faria o pedido que poderia mudar nossas vidas para sempre. Dois anos e quatro meses juntos, eu estava ponto para o próximo passo, e sei que ele também. E ele deixaria de ser apenas meu namorado, para ser meu noivo e enfim meu marido.

Sorrio

Era enfim a noite,  reservei a cafeteria onde nos conhecemos. Estava repleta de decorações de Halloween. Tudo cuidadosamente planejado por mim, com a ajuda de minhas amigas, Sofi, e Abi, a atendente daqui, ela era incrivelmente criativa e tinha muito apreço por essa data também.  As mesas estavam cobertas com toalhas pretas e tons de laranja, iluminadas por velas que projetavam sombras misteriosas nas paredes. Pequenas abóboras, teias falsas e morcegos de papel pendurados pelo teto davam o clima exato. Coloquei toda a energia aqui, esperando que fosse o cenário perfeito para o grande momento, e rejeitando sangue falso, não precisa ser macabro. Ele trabalhava com crimes, por que faria um cenário assim? Não por eu ter medo.

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⏰ Última atualização: Oct 31 ⏰

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