2 - Matilha Connor

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Boa tarde filhotes!!! Bora de segundo capítulo 🥰

Sam acordou e percebeu que a cama estava quentinha, apesar da chuva e vento que sacudia a janela dele e percebeu que um cobertor vermelho sangue grosso estava em cima dele, o aquecendo naquela manhã gelada e ele estranhou isso. Devia ter sido Mariane. Os alfas ali o tratavam pior que lixo, mas ela sempre dava um jeitinho de o ajudar onde ninguém mais faria aquilo por ele, ninguém...

A vida dele era um pouquinho melhor com a alfa ali. Sempre que ela podia, escondia remédios ou curativos para ele embaixo de seu travesseiro. As vezes ela dizia que as roupas que havia comprado eram mais bonitas no manequim do que nela e que fora um erro não experimentar antes, pois ficavam absurdamente grandes e as jogava em cima de Sam e ele sabia que ela havia comprado para ele, e sempre se retirava com as roupas nas mãos e uma reverência curta, que era respondida com um menear suave de cabeça da alfa.

Mas ele mudou seus pensamentos ao perceber um cheiro sutil de lavanda invadir suas narinas sensíveis, e ele não evitou de se lembrar de um par de olhos verdes e uma face séria que não condizia com o tom de voz educado que ouviu dos lábios do alfa mal encarado que apareceu na casa junto com o meio irmão na noite anterior.

Ele tratou de enrolar o cobertor o máximo que pôde e o escondeu. Não sabia como aquilo havia ido parar ali no sótão e não sairia perguntando por aí para não ser punido, mas ficou com a pulga atrás da orelha e se levantou para se trocar para seus afazeres do dia.

🐾🐾🐾

Karlyle mal dormiu a noite de tão puto da vida que estava com Jonathan e sua atitude imbecil e mesquinha com o próprio irmão. Ele estava sentado junto a janela roendo o canto da própria unha pensando em mil formas de livrar Samuel daquela merda toda sem denunciar quem ele era ou sem puxar um cabo de guerra de liderança de matilha. Não queria mais vínculos para si, mas não queria deixar alguém sendo tratado como lixo. E havia mais uma questão, ele queria saber quem eram os alfas que conviviam no lugar, se eles eram tão imbecis e terríveis quanto Jonathan ou se algum deles se salvava.

Ele havia livrado ômegas antes de relacionamentos muito abusivos. Mas isso foi na cidade, onde podia espancar o alfa desgraçado e o entregar embrulhado para a polícia junto com a ficha do mesmo e assistir de longe ele sendo preso. Ali as implicações eram outras, os códigos eram outros e nem a própria polícia se metia com as políticas das matilhas e suas regras estúpidas. Quem queria viver em uma, aceitava as regras que deveria seguir, só que haviam alguns que não escolhiam por simplesmente nascerem na matilha ou serem submetidos a viver ali e o pior, não podiam romper vínculos, sendo eles ômegas ou alfas.

Os olhos verdes do alfa foram para a porta quando ela abriu e se cruzaram com um par de olhos azuis claros.

_Me perdoe... - disse Samuel sem jeito ao ver o alfa sem camisa e com as tatuagens que fechavam seu braço esquerdo e parte de seu peito à mostra - Eu achei que tinha descido para o café da manhã igual a todo mundo.

_Tudo bem. Entre.

Samuel entrou meio receoso e reparou que o quarto estava impecável. A cama feita, as cinzas da lareira varridas e o chão limpo, a mochila de Karlyle num canto e os sapatos em outro. Tudo milimetricamente em seu devido lugar.

_Ah, você já arrumou tudo por aqui.

_Pedi para que não se preocupasse. Eu não gosto de dar trabalho aos outros, a menos que me dêem trabalho antes.

_Entendo... Eu... eu vou indo então.

_Espere Samuel. - pediu ele - Quanto tempo você levaria para arrumar o quarto?

Raven (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora