Sam terminou a segunda caneca de chá e se sentiu aquecido e sonolento. Ele bocejou a primeira vez, a segunda e na terceira, Karlyle o ajudou a se ajeitar na cama e o cobriu.
_Durma. Vai estar muito melhor quando acordar. – ele viu os olhos azuis claros de Sam se encherem de lágrimas e aquilo fez o coração dele doer – O que há? Prometo que ninguém irá lhe incomodar. Eu vou cuidar de você.
_Eu estou com sono, mas as pontadas que sinto na barriga são incômodas. Acho que não vou conseguir dormir.
O alfa suspirou e tirou as botas e depois a jaqueta de couro, que ele jogou na poltrona no canto e Samuel ficou um tanto assustado quando Lyle se deitou ao lado dele, mas reparou que o alfa havia se deitado em cima dos cobertores. Ele estendeu o braço para o lado e disse:
_Com sua licença e permissão.
_Eu quem peço... – falou Samuel. – Posso mesmo deitar no seu braço?
_Sim. É um amigo a quem quero bem. - Sam abriu um sorriso radiante - Então... você pode. - ele viu o rosto de Karlyle se pintar de vermelho e o alfa desviar o olhar para a parede atrás de Samuel para esconder a timidez que o encheu de repente.
Ele se deitou com a cabeça no ombro de Karlyle, que o aconchegou em si, ajudando a esquentar Samuel e o ômega riu quando Karlyle começou a cantar uma música bem boba:
“Brilha linda flor... Teu poder venceu. Traz de volta já, o que uma vez foi meu... Cura o que se feriu, traga o que se perdeu...”
“Traz de volta já... – a voz de Sam havia se juntado a dele, que abaixou o olhar e esboçou um sorriso - ...o que uma vez foi meu. Uma vez... foi... meu...”
_Me perdoe. Eu só sei canções de ninar ou heavy metal. E acho que você não iria querer um gutural no seu ouvido na hora de dormir.
_Eu nunca ouvi um gutural ao vivo, mas gosto de canções de ninar infantis.
Ele realmente gostava. O lembrava de uma época em que sua vida era feliz. Quando o seu mamã ainda era vivo e cantava para ele, junto com seu pai.
_Um dia eu canto alguma música do Slipknot pra você. Mas por hoje, se gosta de canções de ninar, irei continuar cantando.
E ele continuou. A voz de Karlyle era grave e profunda, o seu canto era afinado e fazia da melodia a mais agradável do mundo para dormir. Samuel fechou os olhos, a testa contra o peito do alfa e deixou a escuridão provocada pelo sono, o engolir.
🐾🐾🐾
Jonathan estacionou em frente de casa no início da noite com um sorriso mais que satisfeito nos lábios e olhou para Louis que estava sentado no banco do carona._Nós fomos bem sucedidos. Vocês fizeram o trabalho muito bem escoltando aqueles ômegas. – ele olhou para o retrovisor – O que foi Cain? Parece que viu um fantasma.
_Ele está com essa cara de bunda desde que Matias nos disse o que teríamos que fazer.
_Eles eram meras mercadorias... Aquilo foi desumano demais...
_Sabe que cada matilha tem sua política e não é problema...
_CALA A BOCA CARALHO! Eles são pessoas Louis! Pessoas! Na próxima eu não irei fazer parte dessa merda! Avisem pra Mari que eu fui andar por aí.
Ele bateu a porta do carro com toda força e seguiu a trilha que dava em direção ao rio. Louis apenas suspirou e deu de ombros.
_Vou atrás dele. Se esse babaca não voltar pra casa, bem capaz de Mariane não nos deixar dormir por causa dele e sabemos o que acontece se ela não dorme.
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Raven (Finalizada)
Fiction généraleKarlyle Raven é um alfa que guarda muitas coisas dentro de si e ódio e revolta são duas delas, tudo isso por causa de sua mãe, Alice Raven. Não que a ômega o maltratasse ou algo do tipo, mas por tudo o que ele viu sua mãe passar por ela ser uma Invi...