→PRIMEIRO LIVRO!
Em Thalador, um reino marcado pelas cicatrizes da lendária Batalha dos Syndarion, os ventos gelados carregam mais do que o frio: eles trazem ecos de um passado que se recusa a morrer. Há 300 anos, os mestres da água e seus glaciais...
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Fazer planos de guerra virou algo rotineiro.
O fogo na lareira crepita, lançando sombras dançantes nas paredes de pedra do salão. Meus olhos vagam pelos mapas espalhados sobre a mesa de carvalho maciço, cada linha e símbolo representando territórios, tropas, vida e morte. Do lado de fora, a noite envolve o castelo como um pesado manto de veludo negro, mergulhando as muralhas ancestrais em escuridão e mistério. No silêncio profundo, apenas o som distante dos sentinelas em suas rondas quebra a quietude. Estamos no ápice da estratégia; cada movimento é uma peça num jogo mortal, meticulosamente calculado para garantir nossa vitória na iminente guerra.
Um som abrupto ecoa pela sala, cortando a tensão como uma lâmina. Todos se viram na direção da porta, onde um guarda surge apressado, arrastando um homem amarrado e coberto de sangue seco.
— Majestade — começa ele, ofegante, os olhos ardendo com um misto de triunfo e urgência. — Encontramos este homem enviando mensagens aos inimigos. Ele é um traidor.
O prisioneiro é Galen. Meu coração aperta ao reconhecer o rosto familiar, agora marcado pela dor e pelo medo. Ele serviu sob meu comando por anos, um soldado de confiança, alguém que nunca hesitei em enviar para missões cruciais.
Aproximo-me lentamente, cada passo ecoando no silêncio pesado da sala. Meus olhos fixam os dele, buscando algo – arrependimento, traição, ou talvez uma explicação.
— Galen. — Minha voz sai baixa, mas carregada de intensidade, como uma lâmina afiada prestes a cortar. — Diga-me que isso é um engano.
Ele não responde de imediato, o olhar vacilando entre mim e o chão, enquanto a tensão cresce ao nosso redor como uma tempestade iminente.
– Galen, por quê? – Minha voz treme de frustração e dor enquanto encaro seus olhos, cheios de medo e desespero, lutando para entender a traição de alguém em quem confiei.
Ele me encara, os lábios trêmulos ao responder.
– Não tive escolha, Majestade – murmura ele, os olhos lacrimejando. – Eles ameaçaram minha família. Eu nunca quis trair o reino.
Sua confissão é um golpe doloroso. A Syndarion não apenas nos enfrenta nos campos de batalha; ela infiltra-se nas sombras, explorando nossas fraquezas, nossas vulnerabilidades, e transformando aliados em traidores.
Meu olhar fixa-se em Galen, que está ajoelhado no chão, o rosto sujo de sangue e vergonha. Não há espaço para hesitação ou piedade.
— Leve-o à praça agora. Que todos vejam o preço da traição. — Minha voz corta o silêncio como uma lâmina afiada. — Que esta execução sirva de lição e um aviso.
Os guardas hesitam apenas por um momento antes de arrastá-lo para fora da sala. A tensão no ar é palpável enquanto os conselheiros trocam olhares, mas ninguém ousa contestar.