Serpente Negra

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Não sei quanto tempo se passou, mas eu não conseguia me mexer, o nó que estava na minha garganta me impedia de pedir ajuda, ela estava se aproximando de mim, ela queria me matar.

A serpente estava cada vez mais perto do meu pescoço, prestes a se enrolar nele, estava pronta para me estrangular. Tentei olhar em volta, e só conseguia ver olhares voltados pra mim, era pena? Ou medo de se sujar?

Enquanto isso a serpente se enrolava mais e olhares ficavam mais próximos. Então, fiz um súbito esforço para me levantar, para sair daquele pesadelo, nada daquilo era real.

Então, em um pulo levantei da cama, estava suando frio, minha respiração estava ofegante, eu fiz um grande esforço para ficar de pé, e aos poucos tranquilizei minha respiração.

Peguei o celular e eram exatas 5 da manhã, fui para o banheiro e enchi a banheira com água quente, me afundei nas águas mornas na esperança de me acalmar.

Como um relâmpago a imagem da serpente passou pela minha cabeça. Merda, quando isso vai acabar?

Depois de me arrumar desci as escadas devagar, pois Alexia ainda estava dormindo. Valentina estava na cozinha preparando o café da manhã.

- Bom dia querida.- Seu sorriso era radiante

- Bom dia.- retribui com meio sorriso.- Chris ainda está dormindo?

- Sim, vocês tiveram uma briga feia.

- Ele te contou.

Val sacudiu a cabeça.

- Ele errou.- Me apressei

- E eu não disse o contrário querida, Chris agiu por impulso tentou empurrar a poeira pra debaixo do tapete, como se fosse resolver e eu disse pra ele, que não adianta fugir do passado, ele tem que assumir os erros que cometeu e enfrentar toda essa dor.

- Mas ele é cabeça dura não aceita as coisas.

- E você também é, não é à toa que são irmãos, vocês dois tem que conversar enfrentar os demônios do passado. Ele é doloroso, cheio de momentos sombrios, mas nele também tem momentos felizes, Chris pode não ter sido o melhor irmão do mundo, mas ele está tentando.

- Da maneira errada, Chris fez isso por culpa e por puro ciúmes.

Ela me estendeu uma xícara de café.

- Tentem ao menos conversar como pessoas civilizadas, ok?- Sacudi a cabeça em afirmativa enquanto tomava um pequeno gole de café.- Bom, melhor eu acordar Alexia.

Coloquei a xícara sob a bancada, e apoiei meus cotovelos, Valentina talvez estivesse certa, mas como me livrar de algo que dói tanto, talvez seja realmente necessário enfrentar os demônios ou serpentes.

Passei a mão entre os cabelos, o que eu faço? Meus pensamentos foram interrompidos, quando Chris passa por mim.

- Bom dia.- Não sabia identificar se queria me evitar ou se estava procurando as palavras certas.

- Bom dia.- Tentei soar menos lasciva.

O silêncio era constrangedor, então comecei.

Verdades Obscuras: O Mistério do Assassinato de EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora