Paralisia

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"Você deveria ter morrido!" "Só cuido de você porque infelizmente era o que sua mãe ia querer!" "Por sorte Chris não está aqui, você é um desgosto para mim!" "Alyssa é... Inútil, nunca será como Eloise ou o irmão mais velho, Chris."

Era a voz da Agatha na minha cabeça, a minha tormenta constante. E tudo aquilo era a junção da falta de ar e de alguém me enforcando, com um sorriso diabólico e um olhar psicopata.

Me mexer era impossível, só queria que esse pesadelo acabasse.

Me debatia, queria chamar o nome de alguém. Quando olhava em volta não parecia estar no quarto, mas sim, em uma floresta a noite. Com o carro do meu pai parado, minha mãe gritando e gemendo de dor. Meu pai estava morto e seus olhos estavam arregalados e eu... Eu estava paralisada olhando pra figura com sorriso psicótico no rosto.

Minha mãe tirava forças de onde não tinha para me pedir pra correr.

- Corr... Corre... Filha corre! Alyssa! ALYSSA!

Meu corpo não queria se mover, e o homem com o sorriso assustador se aproximava.

- Oh pequena Alyssa, está com medo?- Foi irônico.

Ele apertou meu pescoço e colocava a mão por dentro da meu short. Eu me debatia, até que eu alcancei a faca na cintura dele esfaqueando o braço direito que me enforcava.

Seu grito de dor foi estridente.

- AH! SUA FEDELHA!

Corri sem parar, não olhei pra trás em nenhum momento. Quando parei de correr, vi a placa da cidade, eu estava suada, ofegante e lágrimas saiam do meu rosto se misturando ao suor.

A imagem do meu pai levando um tiro na cabeça estava vívida. E aquele sorriso psicopata, parecia que estava bem ali comigo.

Queria gritar, mas parecia que eu estava sem voz. Até que eu avistei um carro de polícia ali perto e corri até ele.

Os policiais me reconheceram de cara. Pediam pra explicar o que tinha acontecido, mas eu só chorava.

Até que em meio aos soluços consegui falar. Os policiais ficaram chocados com o que ouviram. Um deles me levou para o hospital enquanto o outro falava sem parar no walk-talk.

Mas, aquilo não era só um pesadelo. Era uma lembrança que tinha voltado à tona. Estava com olhos abertos no quarto de hóspedes da casa do meu irmão, mas minha mente não reconhecia isso.

A mão me apertava com força, e quando olhei em volta, vi o olhar frio da Agatha. A mulher que tinha longos cabelos grisalhos por conta da velhice, os olhos castanhos escuros tinham a mesma expressão. Não tinha um pingo de amor naqueles olhos, só frieza.

Dos meus olhos escorriam lágrimas, eu só queria acordar.

Nada é real

Nada é real

Nada é real

- Alyssa?!- Chris me chamava.- Amor, pega um chá pra ela! Aly, estou aqui!

Verdades Obscuras: O Mistério do Assassinato de EloiseOnde histórias criam vida. Descubra agora