A decisão

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Darius havia desaparecido repentinamente desde o nascimento de James, há dezenove dias.
Ele não sentia culpa, apenas um sorriso de canto que não revelava o que se passava em sua cabeça desde então.
O hospital continuava ligando;
cada toque do telefone trazia uma leve irritação, um lembrete de suas obrigações deixadas de lado por um momento. Após mais alguns dias, ele decidiu retornar a ligação mantendo a fachada de calma:

— Hospital BMV, Bem+Vida, bom dia. Como posso ajudar? - disse a recepcionista.

— Bom dia. Aqui é Darius Clifford, pai de James. Sinto muito por ter sumido sem dar notícias; estive ocupado com assuntos da minha empresa — falei controlando a voz para soar tranquilo.

Houve um breve silêncio do outro lado da linha, que ele usou para reorganizar seus pensamentos antes de ouvir a resposta:

— Ah, Sr. Clifford. Finalmente conseguimos falar com o senhor. Sou a enfermeira Brenda. Queríamos informá-lo que a situação de sua esposa não teve melhoras. Está impossível para ela cuidar do bebê. Poderia vir ao hospital?

Darius manteve-se impassível, mas internamente calculava seus próximos passos. Tinha que voltar e terminar o que já havia iniciado.

Com tom de satisfação, sem dar muitos indícios, disse:
— Estarei aí em até uma hora. Obrigado por me informar. Por favor, cuide de ambos até que eu chegue.

"James... Garoto, agora sei o que devo fazer... " pensou com um sorriso nos lábios.

Desligando o telefone com um ar resoluto ele se prepara para ir ao hospital.
Chegando, caminha pelos corredores com passos leves até a sala de conferências. O ambiente silencioso e calmo contrasta fortemente com a tempestade de pensamentos em sua mente. Ao entrar senta-se em uma das poltronas almofadadas de couro, com uma postura impecável. Em sua frente, estão dois médicos.

 Em sua frente, estão dois médicos

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— Olá, Sr. Darius, Bom dia. Obrigada por estar aqui. Sou a Dr.ª Ferreira, psiquiatra, e ao meu lado está o Dr. Souza, obstetra. Queremos conversar sobre Ágatha e os próximos passos para o tratamento dela.

Com os olhos frios, sem exibir muitas emoções genuínas, mantendo o tom calmo, responde:
— Bom dia, doutores. Estou muito preocupado. O que está acontecendo exatamente com a Ágatha?

A Drª Ferreira suspira antes de responder:
— Sabemos que sua esposa teve uma reação muito intensa, após o parto. Ela rejeitou a criança e ficou agitada, o que indica que está passando por algo mais sério que o baby blues.

Darius cruza os braços, mantendo a fachada de preocupação, e diz:
— Sim, lembro muito bem daquele incidente. Mas, infelizmente, precisei me ausentar por causa do trabalho. Agora estou sabendo que a condição dela piorou.

"Mais louca do que estava naquele dia? Ah... Que merda." pensou, ocultando um sorriso sarcástico.

O Dr. Souza intervém, tentando transmitir compreensão:
— Entendemos, Sr. Darius. Soubemos através da enfermeira Brenda. Durante esse período, Ágatha apresentou sintomas de depressão pós-parto severa.
É uma condição que requer tratamento cuidadoso e, muitas vezes, internação.

DEIMOS O DESESPERO MENTALOnde histórias criam vida. Descubra agora