[EM ANDAMENTO]
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"- Eu te odeio. - Sussurro tão baixo que mal consigo me ouvir. Mas ele entende; seus olhos nos meus lábios confirmam. E então, enfim, nos rendemos finalmente."
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Em B...
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Foi ideia de Jungkook que eu viesse para a casa dele no fim de semana para começarmos o trabalho.
A tensão estranha também conhecida como ódio espontâneo e gratuito que permanecia entre nós já foi embora, ou pelo menos alguma parte dela, mesmo que ainda assim não haja um progresso muito grande, acho que estar no bairro em que ele mora já é um avanço.
Meu dedo indicador treme com o ar frio quando estendo a mão para tocar a campainha de sua casa, que tem uma pintura bege e simples do lado de fora, mas tem um jardim bem maior do que o da minha casa.
Pela vidraça ao redor da porta, mesmo que coberta por uma cortina branca e fina, consigo ver que alguém se aproxima e, quando a porta de entrada é aberta, tenho a visão de Jungkook com o cabelo bagunçado, vestindo uma blusa branca amarrotada mas com uma tigela de ceral na mão.
— Bom dia. — Falo ajeitando a mochila nas minhas costas.
— Não achei que fosse chegar tão cedo. — Sua voz é rouca mas atenta e, apesar de ser oito horas de um sábado, ele parece estar acordado há horas.
— Achei mais conveniente para o fim de semana. — Observo seu maxilar se mover enquanto mastiga. — Quanto mais cedo acabarmos, melhor, não é?
Ele balança a cabeça sem responder, mas faz um sinal para que adentre sua casa. Sua mão livre pega a mochila das minhas costas e coloca sobre um baú de madeira logo na entrada.
Sigo-o por dentro da casa. Passamos pelo corredor, onde vejo a escada para o segundo andar e viramos à esquerda, indo para onde logo vejo ser a sala de estar.
A casa não parece ser muito maior que a minha por fora, mas por dentro é muito mais espaçosa.
Enquanto a minha é pálida por dentro, cheia de itens de decoração fúteis que minha mãe colecionou com o tempo, frios de metal e minimalistas — aqui o ambiente também tem peças em branco, mas há toques de madeira, cores mais escuras como o azul marinho na cortina da sala que nasce invisível no teto e acaba no chão; estantes cheias de livros na parede, cercando a televisão que fica logo de frente para o sofá de couro e as duas poltronas espalhadas sobre o tapete aconchegante que abraça meus pés dentro de minhas botas.
— Sua casa é muito bonita. — Digo quando sentamos no tapete felpudo da sala.
— Ah, valeu. — Ele retribui colocando a tigela de cereal sobre a mesa de centro. — Minha mãe é designer de interiores.
Olho ao redor ainda mais.
— Isso explica o bom gosto. — Falo ainda mais baixo, quase para mim mesmo e ouço uma risada quase imperceptível de Jungkook.
— Acho que ela queria que nos sentíssemos confortáveis.
— E por que não se sentiria confortável na sua própria casa? — Franzo o cenho e de repente acho que não deveria ter perguntado.