Capítulo 4

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NOTAS INICIAIS: olaaaaa. Como vocês estão? Eu to viciado no álbum "brat", da Charli xcx. Sério, que mulher. Minhas favoritas são "So I" e "B2b", recomendo demais a diva. 

Capítulo fresquinho pra vocês :) escrevi com muito carinho. Ele é curto, mas é muito importante, porque a partir daqui a história fica mais movimentada do que vinha sendo (mas ainda bem no estilo dela)

Sem mais delongas, ao capítulo. Boa leitura. 


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— Agashe! Eu não pensei que você realmente fosse vir.

Enquanto eu caminhava naquela manhã, indo para o local combinado, pensava se eu havia enlouquecido. Me perguntei, dezenas de milhares de vezes, se eu havia sido nocauteado e trocado de personalidade. Talvez a troca de estações estivesse realmente me afetando.

Por que eu havia concordado em encontrar alguém cuja a vida era um ponto de interrogação para mim?

Não, Bokuto-san, "para conhecer essa pessoa melhor" não é uma resposta. Pelo menos, não para quem eu sou, não para o que eu acredito. Eu estava agindo contra tudo o que era considerado racional indo encontrar um completo desconhecido apenas por tê-lo achado interessante.

Hoje eu entendo que o que me guiou até você não foi a racionalidade. Você dançava como a brisa do outono e me guiava em uma dança leve, como o balançar das folhas das árvores. Mas, diferentemente da brisa fria, você emanava esse calor do sentir, um sentir palpável e com cheirinho doce.

Você ainda emana, Bokuto-san.

— Tudo bem, eu também duvidaria.

O café que ficava do outro lado da universidade costumava ser bem frequentado, apesar de pequeno. O espaço era agradável, cheirava a madeira e a iluminação era amarelada, o que dava um aspecto de viver em uma polaroid.

Foi assim que eu me senti te olhando no nosso terceiro encontro, Bokuto-san. Seus olhos combinavam muito bem com a luminosidade calorosa do café. Você fez uma ótima escolha de lugar, a mesa número 12, onde nos sentamos, tinha espaço para uma vista privilegiada das árvores que perdiam suas folhas.

Mas foi só, porque o resto poderia ter sido considerado um desastre. Acho que nunca conheci alguém tão diferente de mim, foi isso o que pensei quando começamos a conversar.

"Eu não estudo", você disse após algum tempo de silêncio. "Sou jogador profissional de vôlei pelo MSBY Black Jackal, conhece?"

"Não."

E nosso diálogo continuou. Falamos outras coisas, mas tenho as partes mais memoráveis presas a mim.

"Você gosta de esportes, Agashe?"

"Não."

"O que você gosta de fazer?"

"Ler."

"Eu odeio ler, não consigo ler muito sem cair no sono."

"Eu sou estudante de letras e trabalho em uma biblioteca."

"Minha estação favorita é a primavera."

"Eu gosto do outono."

"Odeio bebidas quentes."

"Bebidas geladas me dão dor de cabeça."

Foi assim, simples. Nada de mensagens indiretas, como eu imaginei. Nada de toques singelos e olhares furtivos, como tanto devaneei anteriormente. Sem elogios calorosos e palavras poeticamente bonitas, como encenei em minha mente.

doze vezes bokuto-san | bokuakaOnde histórias criam vida. Descubra agora