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O terror pode paralisar uma pessoa por segundos até que o cérebro volte a funcionar com suas funções plenas e assim reage ao perigo a qual está  situada

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O terror pode paralisar uma pessoa por segundos até que o cérebro volte a funcionar com suas funções plenas e assim reage ao perigo a qual está situada. Para você não foi diferente. Estar diante daquele ser era como estar diante da própria morte, não a Morte um ser misterioso que te leva para próxima vida, mas aquela morte dolorosa, o ato de morrer dilacerado e implorando por misericórdia.

Seu olhar pesou sobre você. Não havia como escapar. Você sabia, ele sabia. Era seu fim aqui, depois de uma curta jornada medíocre que você chamou vida estava passando diante dos seus olhos, lembranças quase sempre amargas da solidão e da fome, das coisas às quais você teve que se submeter por um pouco de comida.

— O que foi? — ele perguntou e riu — Minha aparência é demais para você? Eu sou tão repugnante que só me ver te causa tanto mal estar?

Você não sabia o que responder. Sim? Não? Você não saberia dizer. A única coisa que passava por sua cabeça agora era em como sobreviver a um demônio de aparência tão faminta.

Gyutaro estava até desapontado por você achá-lo tão repugnante, ele sabia que sua aparência era uma questão em toda sua existência, que ele repudiado por isso, sozinho a própria sorte para sobreviver. Mas olhar você, sua pele tão bonita, o barulho irregular e acelerado do seu coração. Ele não sabia o que fazer, não sabia o que dizer. Parte dele queria cravar os dentes na sua pele e arrancar os músculos para comer cada parte sua, contudo existia esse outro lado que estava em conflito por querer tocar em você, sentir seu calor passar do seu corpo para o dele.

— O, o que... — a pergunta morreu em seus lábios.

— O que estou fazendo aqui? — ele inclinou a cabeça para o lado — Não consegue colocar essa sua cabecinha burra para pensar? — ele deu mais alguns passos até está curiosamente próximo de você — Tudo isso é culpa sua. — ele estava falando com raiva — Você e esse maldito cheiro, maldito cheiro!

Você olhou rapidamente para os lados com a finalidade de conseguir uma saída.

— Por favor... — você pediu.

— Oh! Por favor! Por favor! Por favor! — ele disse alto demais deboche — O que vai pedir? Para que eu não te mate? Para que eu não devo comer cada pedaço de sua carne? — ele salivava — Eu estou há dias com fome, nada me sacia, nada me trás satisfação além de te ver dormir.

Isso acendeu em sua mente. Ele estava de vigiando? Há quanto tempo? Por que?

— Mas então eu tive um lanchinho agora a pouco. — disse o demônio, isso explicava o sangue em seu corpo e cheiro ferroso que vinha dele — Aquela garota patética... Tsc... Só implorava por piedade, mas seu cheiro era tão repulsivo em comparação ao sua fragrância doce e viciante. Me pergunto se seria o suficiente uma única vez ou eu teria de te manter viva e devorar cada parte de você por vez....

— Socorro! — você encontrou sua voz e gritou.

O andar de baixo estava sendo ocupado pela sua mestra, a Oiran Warabihime, mas ela estava muito ocupada nesse momento para te dar qualquer atenção e mesmo se te ouvisse o que ela poderia fazer? Apesar de ela ter poder para mandar e desmandar no distrito ela era somente uma mulher, tão frágil e de carne e osso como você.

— Pode chamar quem quiser. Ninguém vai vir, pode gritar o quanto quiser, hoje você é minha nada vai te fazer escapar de mim. Não hoje.

Suas mãos com dedos longos seguraram seus braços a puxando para perto, seus corpos estavam próximos demais, o sangue em suas roupas e pele estava te sujando, marcando você. Gyutaro olhou para você, bem para seu rosto assustado e agora coberto de lágrimas, com a língua longa ele lambeu as pequenas gotas salgadas que saiam de seus olhos, depois foi cheirar seu pescoço passando o nariz por toda extensão da sua tez e gemendo em apreciação.

— Isso... — ele disse — Isso é dos deuses!

— Hmmm... — você murmurou mordendo os lábios. Estava com medo do que vinha a seguir.

— Seu cheiro...

A língua longa estava entre seus lábios substituindo o nariz do Oni, a saliva dele trilhava sua pele num caminho perigoso. As mãos grandes que seguravam você se apertaram ao redor do seus braços e ainda mais próximo dele se isso era possível. Foi aí que você notou algo duro contra seu corpo, abaixo da linha da cintura desse ser que você desconhecia.

— Olha só o que você me causou. — disse baixinho, perto do seu ouvido — O que faremos sobre isso, hm?

— Eu nã-não sei.

— Sabe, para uma mulher que vive cercada de prostitutas isso é quase surpreendente.

Você olhou para cima, olhos de corsa assustados, brilhando com lágrimas que tinham o gosto do paraíso. Assim como o desejo que você despertava nele, as lembranças de uma vida guardada na memória a sete chaves também vinha.

Ele era um demônio.

Era a escória do mundo.

Mas não esse tipo de escória.

Olhando para você ele te soltou, deu alguns passos para trás antes de partir pela janela te deixando sozinha, com medo e confusa.

Little Monster - Gyutaro e Você Onde histórias criam vida. Descubra agora