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[Soraya Thronicke Pov On]

> 3 semanas depois <

Depois daquela noite, nunca mais procurei Simone e ela muito menos me procurava. Só nos víamos na igreja, e mesmo assim trocava poucas palavras, nunca ficava sozinha com ela. Naquela noite, deixei que a pastora me levasse embora. Não troquei nenhuma palavra com ela dentro do carro, cheguei em casa e chorei.

Sim manas, eu tinha ficado emocionada com o beijo. E sem contar que: eu já admirava ela há meses.

Maria Eduarda se aproximou muito e viramos melhores amigas. Ela servia junto comigo na igreja, no ramo da comunicação. Então sempre combinávamos de servir no mesmo dia e depois ela ia almoçar na minha casa, eu nunca mais pisei meus pés na casa dos Tebet's. Hoje era Sábado e tinha marcado uma noite de filmes aqui em casa com Maria Eduarda e Maria Fernanda, recebi uma mensagem no meu celular e era Madu avisando que estava chegando.

Corri ligeiramente rápido para abrir a porta, fiquei esperando. E logo vejo o carro da Pastora se aproximando, ela estacionou o carro na porta e me encarou. Não falei com ela. Logo, Madu sai do carro e vem correndo em minha direção me agarra em um abraço forte, que foi retribuído rapidamente.

- Boa noite Soraya, quando o filme terminar me avise. - escuto a voz de Simone chamar minha atenção e solto Madu do abraço.

- Tá bom, pastora. - forço um sorriso e deixo um beijo demorado na bochecha de Madu.

- Mamãe, a gente não ia dormir aqui? - Maria Fernanda indaga revirando os olhos.

- Eu disse que ia pensar e nesse momento já pensei até demais. Marcaremos outro dia para Soraya dormir lá em casa.

- Desculpa pastora, mas não posso ir na casa de vocês para dormir. - volto a encarar ela.

- Ok. Vou indo! Bom filme meninas. - ela pisa firme no acelerador.

- Mamãe anda estressada amiga, não liga. - Madu diz baixinho. - ela e papai brigaram ontem feio.

- Foi mesmo Soso, eu escutei tudo. Parece que a mamãe queria trocar você de ministério, mas o papai ficou a favor de você.

- Que? Como assim me trocar de ministério, ela pode fazer isso? - pergunto indignada enquanto entramos para dentro de casa.

- Não pode, por isso a discussão. Ela queria colocar você para administrar a agenda dela. Vai começar as conferências, e nessa época mamãe viaja muito. - Mafe da de ombros.

- Entendi, ainda bem que seu pai não deixou. Não posso largar assim meu ministério, ainda mas agora com os treinamentos chegando.

- Não esquenta Soso, mamãe já entendeu que perdeu - Madu ri e se joga no meu sofá. - Cadê a tia Regina?

- Viajou, foi hoje para o interior ver meus avós. Mas deixou um brigadeiro pronto para nós três. - bato palminhas e as meninas me acompanham vibrando.

[...]

- Amiga, mamãe está chegando. Tem certeza que não tem perigo de ficar sozinha aqui? - Madu me solta do abraço.

- Tenho certeza absoluta, fique tranquila. Ninguém sabe que mamãe saiu, e minha rua é bem tranquila.

- Então tá, qualquer coisa pode me ligar a hora que quiser. - Madu me encara e admiro seus traços, ela parece muito com sua mãe. O nariz, os olhos, formato do rosto e os lábios.

- Pode deixar, mas não vai ser necessário. - acabo rindo e vejo o carro de Simone se aproximar.

- Tchau Soso, amei passar a noite aqui. - Mafe me abraça e sai correndo para entrar no carro.

- Então vou indo, boa noite Soso. - Antes que eu diga algo coisa, Maria Eduarda me beija. E então retribuo.

Em questão de segundos abro meus olhos e vejo Simone na minha frente.

- MARIA EDUARDA! - Madu da um pulo e se vira encarando a mãe.

- Que foi mamãe? Sem surto, você sabe que sou lésbica. Isso nunca foi um problema entre a gente.

- Alguém pode ver essa pouca vergonha! E eu não aceito isso. - Simone tenta se controlar e me fuzila com os olhos.

- Você não precisa aceitar, foi só um beijo. Eu também quis Pastora, então está tudo em família. Não é mesmo? - solto um sorriso debochado.

- Eu quero você LONGE da minha família. - aponta um dedo em meu rosto, mas Maria Eduarda se põe na frente. Peitando a mãe.

- Não permito que você fale assim com a Soraya! Se você está com problema com o papai se resolva com ele, não fique disparando suas frustrações em ninguém. 

- Entra no carro Maria Eduarda, em casa conversamos. - Simone fala entre os dentes e Madu se despede de mim entrando no carro.

- Boa noite pastora.

Simone não diz nada, vira de costas e sai pisando firme no chão, vejo a mesma entrando no carro com pressa e batendo a porta com força.

[...]

Estava conversando com Madu pelo WhatsApp, ela me contou que Simone se desculpou com ela. E durante nossa conversa, acabei dormindo no sofá, até que escuto a campainha tocar. Olho a hora no celular e marcava 1:30h da madrugada, desligo a Tv e tento não fazer barulho. Ando de fininho até a janela e vejo o quarto de Simone parado em meu portão, mas que inferno essa mulher quer agora?

Me aproximo da porta e ela toca a campainha mais uma vez, e força a porta para entrar. Destranco rapidamente e abro a porta, Simone estava vestida com uma calça de moletom preta, camiseta da mesma cor e chinelos no pé.

Seu olhar era negro até brilhava de tanta raiva que sentia, seu semblante era sério. Pensei por um segundo que aquele seria meu fim, nunca me senti tão intimidada por alguém como agora.

Pastora Simone Tebet - Fanfic CurtaOnde histórias criam vida. Descubra agora