[Soraya Thronicke Pov On]
- Bom dia pastora, como a senhora está? - César se aproxima e vejo Simone ainda me encarando, aos poucos ela abriu um sorriso falso e apertou a mão do meu amigo.
- Bom dia meu filho, estou bem. - ela me encara. - olá Soraya.
- Oi, bom dia. - forço um sorriso. - César, preciso ir. Minha mãe está me esperando.
- Ta bom yaya, queria conseguir te levar de volta, mas tenho que trabalhar. Tenham um bom dia. - ele sorri todo simpático e deixa um selinho em meus lábios, sinto minha bochecha pegar fogo de tanta vergonha e me retiro, indo pegar os pães.
[...]
Se antes já estava difícil de tentar conversar com a pastora, imagina agora depois dessa. Mas ela também não pode exigir nada, é casada ainda tem filhos.
Paguei os pães e reparo que Simone não se encontra no ambiente, graças a Deus. Sai da padaria e fui andando pra casa, estava distraída. Sinto uma mão grande e macia me puxar pela cintura e acabo soltando um gritinho.
- Entra no carro. - Ela estava perto demais, que ódio.
- Não. Muito obrigada, vou ir andando. - me solto e encaro ela.
- Não teima. Anda. - tenta me segurar de novo pela cintura, mas me afasto de novo.
- Você não manda em mim Simone, já chega com essa palhaçada toda. Eu quis conversar, você me bloqueou e me ignorou esse tempo todo. Melhor continuarmos do jeito que estamos.
- Você está com ele? - ela consegue ignorar exatamente tudo que eu disse.
- Não devo satisfação da minha vida para você, se quer tanto saber assim pergunte para ele. Aliás, eu não fico indagando você sobre seu casamento, passar bem.
Saio andando rápido, preciso ficar bem longe dela. Isso não está me fazendo bem, soube desde sempre que quem ia se lascar nessa história era eu.
Chego em casa em questão de segundos, deixo os pães na cozinha e subo pro quarto. Fico surpresa quando vejo Maria Eduarda sentada em minha cama.
- Pensei que não fosse chegar nunca, que demora para comprar um pão. - ela era idêntica a mãe, incrível.
- Pera lá, você para de falar comigo. Some, me ignora e agora vem aqui como se nada tivesse acontecido? - retruco.
- Pois é Soraya, resolvi parar de fugir dessa situação e vim aqui conversar sério com você.
- Que situação? A gente nem teve nada, Maria Eduarda.
- Não me refiro ao nosso beijo, mas sim sua relação com a porra da minha mãe. - ela quase grita e acabo travando.
- Que? Está louca? - forço um sorriso nervoso e engulo seco.
- Você acha que eu não sei? Semanas atrás ela chegou em casa transtornada, deixou o celular na sala. Eu li suas mensagens, você é uma vagabunda do caralho! - ela parte pra cima de mim, e tento empurrar Eduarda para longe.
- Você está louca, não tenho nada com ela. Me solta! - consigo sair de perto dela.
- Não seja ridícula Soraya, eu li as mensagens. Vi o jeito que ela chegou em casa, vou contar tudo pro papai, melhor... contarei tudo na frente da igreja, para que todos saibam o quão piranha você e Simone são. - ela me acerta um tapa no rosto, não consigo reagir. Ela era bem mais forte e maior do que eu.
- O que você quer? - falo em um fio de voz, engolindo meu choro que insistia em cair. - Anda, me fala. Eu faço oque você quiser, para que não constranja sua mãe dessa forma.
- Ora ora. - gargalha de uma forma debochada- Está querendo defendê-la? O amor é lindo mesmo, não seja tola. Simone não ama você, só foi mais uma de várias.
- Não acredito em você. - Seco minhas lágrimas e encaro Eduarda.
- Veja bem, você se apaixonou? - ela solta uma gargalhada alta. - que ridículo, não acredito. Você é muito burra mesmo, mas voltando na sua proposta. Eu quero que você fique bem longe da minha família, de preferência que morra.
- Mas oque infernos está acontecendo aqui? - minha mãe entra no meu quarto, e nesse momento realmente queria morrer.
- Dona Regina, a senhora chegou na hora certa! Me desculpe falar isso, mas... - quando Eduarda fez menção em revelar tudo e me humilhar, escuto uma voz bem familiar atrás da minha mãe.
- Maria Eduarda, pro carro AGORA. - Simone fala de uma forma sútil encarando a filha.
Olho para Maria Eduarda que encara sua mãe, vejo a mesma ficar pálida. Levo meu olhar para Simone, que me pedia perdão com o olhar, minha mãe estava estática e sem entender nada mas com certeza desconfiando de mil coisas.
Eduarda passou por mim e pela sua mãe rapidamente.
- Soraya, por que ela estava alterada? O que aconteceu minha filha? - minha mãe se aproxima e me abraça.
- Regina, perdão pelo comportamento da minha filha. Tomarei as devidas providências com ela, isso não irá se repetir nunca mais.
- Realmente não vai se repetir, essa cidade se tornou coisa de maluco. Graças a Deus consegui uma transferência na empresa, vamos nos mudar de cidade daqui a uma semana.
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Pastora Simone Tebet - Fanfic Curta
FanfictionSoraya, uma jovem de apenas 23 anos afastada da igreja por 7 anos. Resolve voltar para religião depois de muita relutância, e principalmente para tentar voltar a ser quem ela era antes. Porém, mal ela sabe que não tem como de deixar de ser ela mesma.