O silêncio predominara o ambiente por alguns minutos, os mesmo onde Faye se permitiu admirar a beleza angelical de Yoko. O silêncio fora interrompido pela voz suave da garota de cabelos pretos.- Você acha que a mamãe vai demorar? - Yoko perguntou, bocejando novamente. Faye já havia perdido as contas de quantas vezes vira Yoko bocejar somente nos últimos dez minutos.
- Ela já deve estar chegando. Por que não descansa um pouquinho? Teve um dia exaustivo e ainda tem algumas boas horas para ele acabar. - Faye disse serenamente.
- Porque a mamãe me põe para dormir e se deita comigo. - Yoko explicou. - Ela me conta histórias igual o papai fazia.
- Ela já deve estar vindo. - Faye disse, levando sua mão até os cabelos de Yoko e acariciando.
- Você pode me pôr para dormir igual a mamãe faz? - Pediu com a voz fraca, seus olhos quase se fechando já tamanho era seu sono.
- Claro. - Faye disse. - Eu só, bem, não sei como ela faz isso. - Confessou um pouco embaraçada.
- Deita aqui comigo. - Yoko instruiu e Faye a olhou receosa, mas os olhinhos vermelhos pelo sono a fizeram acatar seu pedido.
Faye subiu gentilmente na cama e se deitou ao lado Yoko, vendo a garota se mover e se deitar sobre seu peito.
- Hoje eu vi um montão de gente, Fah. - Yoko disse, tendo os seus olhos já fechados.
- Por isso está tão cansada, imagino. - Yoko moveu a cabeça em positivo.
- Pode me contar uma história? - Ela pediu baixinho e Faye levou uma mão ao cabelo dela, acariciando seu couro cabeludo lentamente e sorriu diante do pedido.
- Era uma vez uma linda princesa...
Quando Supannee retornou ao quarto seu sorriso se abriu de uma forma terna, pois se deparou com Yoko dormindo sobre Faye. Ela deduziu que Yoko lhe pedira que contasse uma história. Oh, como ela amava histórias!
O mais bonito de tudo era que Faye também dormia pacificamente, tendo um braço sobre as costas de Yoko, como se a protegesse dos males do mundo.
A mulher sentiu-se apenada por ter que acordar Faye, deduziu que a menina havia dormido pouco, única e inteiramente por ter passado a noite no hospital com ela e Yoko.
- Querida... - A mulher chamou, balançando seu corpo delicadamente. Faye deu um salto, acordando assustada: Olhos arregalados e coração disparado.
- Oh, céus. Eu sinto muito. - Faye se aprontou em dizer. - Ela queria que eu...
- Contasse uma história. - Supannee completou sorrindo. - Eu sei, não se preocupe. Obrigada por isso. - Disse tranquilizando Faye. - Só te acordei porque suponho que queira comer algo e que precise voltar para a suas aulas práticas. - Os olhos de Faye se arregalaram e ela verificou seu relógio de pulso, se desvencilhando cuidadosamente de Yoko e descendo da cama.
- Obrigada por ter me acordado. Preciso realmente ir. - Faye disse, bocejando. Ainda se sentia muito cansada, mas o que poderia fazer?
- Obrigada você por ter cuidado dela para mim. Ela odeia ficar sozinha.
- Imagino. Ela disse que hoje viu várias pessoas. - Faye comentou, vendo Supannee assentir.
- Sim. O psiquiatra, a psicóloga, a imprensa, vários médicos diferentes. Por isso eu adiei de ver o fisioterapeuta, que no caso agora é você. - Supannee disse com um sorriso fraternal.
- Imagino que todos estejam querendo vê-la.
- Ela não liga, mas quando a imprensa perguntou se ela se sentia preparada para voltar para a vida, incluindo a vida amorosa, bem, ela começou a chorar.
- Perguntaram isso? - Faye se sobresaltou. - Como se atreveram? Eles não sabem que ela...
- Oh, querida, eles sabem, mas esses ratos fazem de tudo por audiência. Eu proibí a entrada deles aqui após isso. - Faye assentiu, já mais calma.
- Eu saio em quatro horas. - Faye informou um pouco constrangida pelo que se atreveria a dizer. - Quero que a senhora vá para a casa hoje, coma bem, tome um relaxante banho e descanse. Ficarei com ela.
- De maneira alguma. - Supannee disse séria. - Sei o quanto está cansada, querida.
- Mas pelo menos eu dormi algo. Amanhã começamos a fisioterapia, ela precisará de todo o seu apoio, se dormir estará cem por cento. - Faye disse.
- Mas você é a fisioterapeuta, também precisará estar cem por cento. - Supannee rebateu.
- E estarei. Dormirei pela madrugada aqui enquanto ela também dorme. - Faye explicou. - E caso eu não esteja cem por cento, de qualquer forma, eu não estarei sozinha, terei o acompanhamento do senhor Evernever. - Supannee suspirou e olhou para a filha.
- Tem certeza? - Indagou. - Digo, você já fez demais por ela e...
- Tenho. - Se antecedeu em dizer, vendo Supannee lhe fitar.
- Qualquer coisa, por menor que seja, você me liga. - Ela disse, vendo um sorriso se abrir no rosto de Faye.
- Vou precisar do número do seu telefone. - Três batidas na porta, que já estava aberta, fizeram as duas olharem na direção do som.
- Senhora Apasra? - A voz de Edgar perguntou apenas por perguntar, afinal sabia quem era a mulher.
- Pois não?
- Eu gostaria de falar com a senhora sobre a fisioterapia. - Supannee franziu o cenho.
- Já conversei com Ruppert e com Faye. Tudo já está acertado.
- Senhora, eu sei que você adora a Faye. - Ele começou, se aproximando, falando como se a garota não estivesse ali. - Mas comigo teremos um avanço mais rápido e eficiente. - Supannee assentiu e sorriu.
- Oh, fico muito feliz em saber que auxiliará Faye então. - Ela disse, vendo o homem entortar a boca em desaprovação.
- Eu quis dizer que sugiro que eu seja o fisioterapeuta principal. - Ele foi direto, fazendo Faye suspirar e colocar suas mãos no jaleco.
- Bem, acredito que eu não pago uma parcela astronômica por mês para este hospital para o senhor me sugerir algo, quando claramente o chefe do hospital já me certificou de que Faye é capaz.
- Ela é, porém...
- Ela ser capaz já é o suficiente para mim. Obrigada. - Ela disse séria. - Nos vemos amanhã e, como eu disse, que bom que estará lá para auxiliar Faye.
- Senhora Apasra, nos vemos mais tarde. - Faye disse um tanto constrangida por Edgar, vendo a mulher assentir. Os olhos castanhos se direcionaram para Yoko e ela sorriu ao ver a expressão serena em seu rosto. Caminhou até a garota e se inclinou, deixando um beijo em sua testa, fazendo Supannee sorrir.
Definitivamente Faye cuidaria bem de sua filha na fisioterapia, mas algo em seu interior dizia que aquele cuidado ultrapassava a barreira do profissionalismo e Supannee, absolutamente, gostava daquilo.
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Em um piscar de olhos| FayeYoko version
FanfictionYoko Apasra tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para a Coreia, porém, o destino lhes foi cruel, causando o choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o caminho p...