Capítulo 8

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Naquele momento estavam diante da máquina, Yoko já se encontrava deitada, porém chorava alto, temendo  ficar sozinha.

- Yo, eu não posso entrar ali com você, mas ficarei aqui fora te vendo. - Faye disse, vendo Yoko negar com a cabeça.

- Você disse que não sairia do meu lado. - A menina disse chorando e Faye suspirou. - Por favor...

- Olha... - Faye disse, levando sua mão ao rosto de Yoko e enxugando delicadamente as lágrimas da região. - Eu não vou sair daqui. Que tal se brincarmos de algo bem legal? -  Yoko fungou, cessando o choro para prestar mais atenção em Faye.

- Do quê? - Perguntou ainda soltando soluços involuntários.

- Vamos imaginar que essa é a sua nave espacial. - Faye disse. - Você precisa se deitar aí e ficar quietinha enquanto eu conto uma história. Combinado? - Yoko pensou um pouco e então assentiu e Faye sorriu, se inclinando e deixando um beijo no rosto da menina. - Por isso que eu gosto de você, porque sabe se comportar. - Yoko sorriu timidamente e então Faye olhou para o médico, acenando com a cabeça como confirmação.

No momento seguinte à máquina levou Yoko para dentro e Faye respirou fundo.

- Fah? Tem uma luz na minha cara. - Yoko disse preocupada, mas se sentiu aliviada quando ouviu a risada de Faye.

- Essa aí é a luz da sua nave. -Yoko ouviu Faye dizer e sorriu animada. - Yoko... - Faye disse olhando para o médico. - O médico me pediu para contar para ele sobre o que você não me deixou falar lá no quarto.

- Fah... Não! - O tom de voz foi preocupado e o médico assentiu. - Por favor, não diz para ele. É um segredo.

- Tudo bem, princesa. Se acalme tudo bem? - Faye disse assim que o médico deu o sinal. - Pode ficar quietinha um segundo para ele tirar uma foto do seu cérebro?

- E a história? - Yoko sorriu e ignorou o fato de o médico estar ouvindo-a.

- Era uma vez, uma garota que não vivia em nossa galáxia. Ela se chamava Yoko...

- Igual eu?

- Sim, meu anjo, mas preciso que fique quietinha sem falar. Pode só me ouvir? - Pediu com doçura em sua voz, vendo o médico assentir em positivo para ela.

- Sim. - Yoko disse e então Faye continuou.

- Ela andava em sua nave pelo espaço em sua missão, mas aí uma estrela gigante, chamada Betelgeuse, atrapalhou seu caminho, a jogando em um planeta muito longe do dela. Lá ela encontrou amigos e uma garota muito disposta a ajudá-la...

Yoko ouvia toda a história atentamente e nem percebeu quando seu corpo já estava diante do de Faye novamente.

- Eu disse que não doeria, viu? - Faye disse, vendo Yoko assentir e esticar os braços pedindo um abraço. Faye se debruçou sobre ela, sem colocar demasiada força sobre seu corpo, e sentiu os braços pálidos rodearam seu pescoço.

- Fah e no final a Yoko fica com a Faye? - Faye riu, percebendo o quão ingênua Yoko era.

- Sim, Yo. Elas ficaram juntas. - Disse, se afastando do abraço.

- Mesmo a Yoko sendo de outro planeta e diferente? - Perguntou, vendo o enfermeiro pegá-la no colo e a colocar na cadeira de rodas, visto que ela ainda precisava da fisioterapia para conseguir andar sem problemas. Seus braços também estavam fracos, porém, estavam muito mais fortes do que as pernas.

- Sim. Mesmo a Yoko sendo de outro planeta. - Ela disse quando começou a empurrar a cadeira pelos corredores do hospital, levando Yoko de volta para seu quarto. - A Faye era concentrada demais no trabalho dela, nas estrelas, em seus equipamentos... - Faye disse, tendo Yoko totalmente antenada em suas palavras. - Acho que justamente por Yoko ser diferente que chamou a atenção dela. Não era qualquer pessoa que a faria ter interesse daquela forma.

- A Yoko deve ter ficado muito feliz da Faye querer cuidar dela para sempre. - Yoko disse e Faye sorriu.

- E a Faye deve ter ficado muito feliz por Yoko ter ficado com ela. - Disse, vendo Faye virar o corpo para trás e lhe fitar.

- Você vai embora? - Faye franziu o cenho.

- Como?

- Você vai ir embora da minha vida ou vai fazer igual a Yoko e ficar? - Faye parou a cadeira e andou até a frente de Yoko, se ajoelhando na frente dela.

- Eu vou fazer igual a Yoko e ficar. - Ela disse, segurando as mãos da garota. - Porque assim como a Faye dessa história, eu também tenho a minha Yoko para cuidar. - Faye não podia explicar a intensidade do sorriso que rasgou o rosto de Yoko.

A menor suspirou bobamente e lembrou a si mentalmente que Yoko era apenas uma criança em um corpo adulto, não teriam um história de amor igual em contos, mas sua vontade de cuidar de Yoko não iria embora por isso, pelo contrário, só queria cuidar dela cada vez mais.

- Fah?

- Sim?

- Eu vou crescer. - Yoko disse sorrindo. - Você ainda vai cuidar de mim quando a minha mente ficar grande? - Faye riu e assentiu.

- Vou, meu amor, mas não quero que se desespere para crescer. Viva um dia de cada vez. - Ela disse e Yoko assentiu.

- Posso te contar um segredo? - Yoko perguntou assim que Faye se levantou e voltou a empurrar sua cadeira.

- Diz.

- Eu... - O tom de voz preocupou consideravelmente Faye, que voltou a parar e a se abaixar na frente de Yoko. A menina estava corada e piscando sem parar.

- Hey, você está bem? - Faye perguntou, vendo Yoko pressionar os olhos fortemente e assentir. - O que queria me dizer?

- Eu quero fazer cocô. - Sussurrou de cabeça baixa, fazendo Faye suspirar ao ver os olhos voltando ao normal.

- E como eu posso te ajudar? - Faye perguntou confusa.

- As minhas pernas não têm muita força. - Disse sem jeito. - Poderia me colocar lá? - A menor assentiu, levando Yoko até o banheiro de seu quarto.

- Consegue se segurar sozinha? - Faye perguntou, sabendo que Yoko não tinha muita força nos braços ainda.

- Sim. - Yoko disse, voltando a piscar muito rápido. Faye assentiu e deixou o banheiro sem jamais olhar para Yoko da cintura para baixo.

Agora ela só precisava esperar o doutor chegar para ela finalmente descobrir o porquê de Yoko piscar daquele jeito.

3/5

Em um piscar de olhos| FayeYoko versionOnde histórias criam vida. Descubra agora