Capítulo 16 - A reunião

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|Rody|

Caminhando em direção ao grande salão, me vi tenso da cabeça aos pés, tentando me preparar para aquele encontro macabro com pelo menos umas 250 pessoas, minhas mãos estavam suadas e meu olhar tenso foi percebido pelos dois, que no caminho me perguntavam se eu estava bem, e respondia com a maior tranquilidade do mundo - claro que não, eu estava tão ruim que mal saia voz sem ela falhar.

Entretanto, felizmente ou não, chegamos no grande salão, Bok Su abriu as grandes portas e quando olhei para dentro me surpreendi com o tamanho daquele lugar, e diferente do resto da casa, tinha um toque dourado em alguns detalhes misturado com o vermelho e o preto, as escadarias a nossa frente tinha pelo menos uns 50 degraus ou mais, era simplesmente enorme, o espaço que tinha mais pessoas estava composto por mesas em uma parte e em outra um salão livre que tocava uma música clássica sem letra, disponível para a dança.

Porém, a nossa presença foi percebida por todos e até a música mudou, me sentia em um filme, e não sabia se isso era bom ou não, mas senti o Vincent tocando meu ombro e apontando para o salão com a cabeça, entendi seu recado e junto a ele desci os degraus enquanto a Bok Su fechava a porta atrás de nós, cada passo me deixava com uma ansiedade que me fazia pensar em 30 respostas diferentes para apenas uma pergunta.

Ao fim da escadaria, Vincent me levou entre seus parentes e me apresentou umas mulheres que estavam juntas, pareciam ser trigêmeas junto a um menino.

Vincent: Rody, essas aqui são minhas primas e meu primo, Amélie, Camille, Dominique e Louis.

- Muito prazer em conhecê-los.

Amélie: Finalmente parou de fugir, e pelo visto cortou o cabelo.

Louis: Era bem melhor com o cabelo grande Vincent.

Vincent: Sendo um chefe de cozinha, um cabelo grande é péssimo.

Camille: Às vezes você é tão sério que nem parece o mesmo Vincent, bem, esse é o homem que você se apaixonou? - ela me olhou de cima a baixo - Tem bom gosto.

Dominique: Tem certeza de que ele não está disponível? - disse em sarcasmo.

Vincent: Felizmente ele é só meu.

Dominique: Eu aceitaria entrar em uma briga de facas por ele, é bonitinho.

Vincent: Você sabe muito bem quem ganharia isso.

Dominique: Qualquer dias desses eu aceito uma briga sem truques, apenas fracas afiadas e sangue.

Vincent: Eu penso no seu caso - Ele olhou para mim - Vamos, ainda tem muita gente para você conhecer.

- É... Vamos - Eles estavam seriamente pensando em se matar por mim?

Depois dessa conversa estranha entre parentes, Vincent ainda me apresentou para mais umas tias, tios, primos e primas, a maioria me elogiava de um jeito estranho, e outras queriam matar o Vincent para ficar comigo - me senti um pedaço de carne, mas isso não vem ao caso - e quando rodamos quase todo o salão, Vincent me levou para dois idosos que estavam próximos de uma lareira, quando notaram nossa presença, a idosa abriu um sorriso.

Vincent: Oi avó, esse aqui é o Rody... Meu... Bem, a pessoa que eu gosto, Rody, essa aqui é a minha avó Elisa Charbonneau.

- Muito prazer em te conhecer.

Elisa: Que isso querido, o prazer é todo meu, fico feliz em saber que o meu querido netinho Vincent não matou alguém para conseguir encontrar o amor.

Vincent: E esse aqui é o meu avô, Henri Charbonneau.

Henri: Muito prazer em te conhecer Rody, você me parece um homem bom, espero que vocês dois sejam muito felizes, na minha época, isso seria praticamente viver o amor encarcerado, mas hoje em dia vocês dois tem mais liberdade, aproveitem bastante, o tempo pode ser bem cruel como podem ver conosco.

O Sabor do Amor • Rocent Dead PlateOnde histórias criam vida. Descubra agora