Capítulo 17 - O que tinha na caixinha preta

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|Vincent|

Aquela ação da minha mãe foi o cúmulo para mim, estava enfurecido, como que ela depois disso tudo faz isso com a Bok Su? E o meu pai, que escondeu tudo, ele sabia que essa mulher estava vindo para cá e fingiu que não sabia de nada. Se isso era para ser uma surpresa, conseguiram me surpreender de forma negativa.

Mesmo com Rody me puxando pelo salão, eu estava com raiva buscando por algum sinal da minha irmã, eu precisava ver ela para tentar ajudar de alguma forma. Entretanto, antes que eu pudesse se quer encontra-la, Rody parou de andar e se virou de frente para mim, por um instante mudei de um sentimento de raiva, para confusão, o que caralhos ele estava tentando fazer?

Foi ai que eu percebi, que simplesmente ele estava me chamando para dançar.

- Rody, a situação é séria, a Bok Su...

Rody: Lembra do que eu acabei de falar? Se é para confiar um pouco na sua mãe, vamos pelo menos aproveitar o evento um pouco.

- Eu sei, mas...

Rody: Eu vou me sentir ofendido se não dançar comigo.

Ele pegou em um ponto fraco meu - eu era igual a minha mãe nesse ponto, eu odiava decepcionar a pessoa que eu gostava - por isso, sem muita escolha, com uma mão eu segurei sua, e com a outra a posicionei em sua cintura, respirei fundo, e não consegui ficar bravo com ele, porque estava com um sorriso que me quebrava.

- Você jogou muito sujo sabia?

Rody: Aos poucos eu te conheço melhor, eu já gostava de você sem te conhecer direito, e agora está aumentando cada vez mais o sinônimo disso.

De passo em passo, a dança foi se formando, ele olhou para baixo, possivelmente com medo de pisar no meu pé, mas soltei sua mão e levantei seu rosto.

- Olha para o meu rosto, ou eu vou achar que está olhando para um lugar indevido.

Rody: Eu jamais faria isso - ele ficou vermelho.

- Olha, o Rody com vinho discorda totalmente do que você acabou de dizer.

Rody: Por algum acaso você se lembra daquela noite completa? - pensei bastante e disse.

- Infelizmente não, a minha memória nunca voltou completamente, mas o pouco que eu me lembro já é o suficiente.

Rody: Porque você tem vinho em casa se não aguenta nada?

- A maior parte que tem lá eu ganhei de amigo, então só está lá por estética, e alguns também uso para quando eu preciso dormir e o remédio não funciona, mas eu raramente uso para essa segunda opção.

Rody: Então você queria me impressionar naquela noite?

- Talvez... Como que faz um homem se apaixonar por você sem conhece-lo direito?

Rody: Não tenho respostas para essa pergunta, mas você tem aparentemente.

- Bom, eu não diria que foi uma resposta, estava mais para uma tentativa.

Rody: E não é que você conseguiu? - ele riu, enquanto eu apenas observava seu rosto, hipnotizado por qualquer átomo existente nele.

Dançamos por mais um tempo, até que ele me disse que estava com um pouco de fome, sendo assim, nos aproximamos da mesa que tinha uma cachoeira de chocolate com algumas frutas embaixo, enquanto o Rody comia, fiquei do seu lado apenas olhando a festa, ainda sentindo no fundo, que alguma coisa de ruim iria acontecer.

|Rody|

A comida daquele evento era maravilhosa, aquele fondue estava uma maravilha, eu tranquilamente me acabaria naquilo. Durante a minha degustação daquele pedaço de céu, eu fui olhar para o Vincent para perguntar se ele não iria querer comer um pouco - Eu sei, eu iria errar feio, porque por um momento esqueci que ele não sente o gosto das coisas para degustar - porém, antes que esse erro fosse cometido, no meio das pessoas, vimos a Bok Su olhando pros lados meio eufórica, ela apenas parou quando nos viu e se aproximou correndo com um sorriso enorme no seu rosto, quando olhei para o Vincent, tentando ler alguma expressão sua, simplesmente não tinha nada, era apenas o seu olhar sério.

O Sabor do Amor • Rocent Dead PlateOnde histórias criam vida. Descubra agora