001. the traveler

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I - THE TRAVELER

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I - THE TRAVELER


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Colin era um viajante.

E para um viajante, sentir falta do aconchego de seu lar e de sua família eram obstáculos comuns a enfrentar. Claro, ele nunca cometeria o erro de dizer que era um desafio fácil ou confortável.

A saudade podia ser despistada, porém nunca esquecida.

Podia habitar em seu corpo, à espreita, assim como um bandido, apenas aguardando a melhor oportunidade para atacar. E quando atacava, era implacável.

Nos momentos em que era tomado por essa melancolia, Colin podia fechar os olhos e sentir novamente as risadas contagiantes de Gregory e Hyacinth, a irritante voz de Eloise em seus debates com a mãe, o suave som do piano tocado por Francesca. Lembrava-se das conversas tolas e inapropriadas compartilhadas com Anthony e Ben, e do calor reconfortante dos abraços de Daphne. Era como se, por um breve instante, pudesse reviver cada momento como se estivesse lá novamente.

Os dias em que era preenchido por esse sentimento, eram os mesmos em que Colin organizava seus pertences e retornava ao seu lar.

Mas algo dessa vez parecia diferente.

Ele não sentia apenas o ardor da saudade, mas também tinha um pressentimento ruim que pairava sobre ele como uma sombra. Ao se deparar com famílias numerosas, sua memória era povoada pelo rosto de cada um de seus irmãos.

E seu coração enchia-se de saudade.

No entanto, o pressentimento ruim não se assemelhava em nada a isso. Não tinha lugar, tempo, acontecimento ou momento específico - simplesmente surgia.

Colin poderia estar desfrutando de seu desjejum matinal quando o sentimento inoportuno se apossava dele, transformando-o em um estado de apatia persistente ao longo do dia. Não importava o local onde se encontrava - seu quarto, as ruas movimentadas ou até mesmo em meio às águas calmas de uma embarcação - a chegada desse presságio significava que seu dia inteiro estaria arruinado. Era como se uma sombra silenciosa se insinuasse em cada pensamento e ação, trazendo consigo um leve desconforto no peito que persistia mesmo diante dos esforços de Colin para afastá-lo.

Colin sabia que poderia retornar para casa caso desejasse - poderia verificar o bem-estar de seus familiares com seus próprios olhos, assegurando-se de que todos estavam bem e vivos.

Talvez a sensação até desaparecesse com sua volta.

Ele possuía os recursos financeiros necessários para fazer o que quisesse em suas viagens. No entanto, ser atormentado pela angústia ainda era preferível à sensação que experimentava quando estava em Londres. Colin era excessivamente sensível, destoando muito do padrão estabelecido para os homens da Ton. Sempre temera que, ao permanecer por muito tempo diante daquelas pessoas, elas logo se cansariam dele e perceberiam que ele não era como os demais homens Bridgertons. Sentia-se como um impostor, uma anomalia em sua própria família. Achava-se inadequado. Errado.

Alamort, 𓇢𓆸 POLINOnde histórias criam vida. Descubra agora