Penelope sabia que algo não estava certo em seu ser quando viu Colin Bridgerton levantar sua taça e anunciar Marina como esposa. Ela presumiu que fosse inveja. Mas quando os vergões roxos surgiram em sua pele e os desmaios tornaram-se recorrentes, e...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
III -DIAMOND
Diário de Colin Bridgerton (1512)
– capítulo não publicado
Sempre insisti que a melhor parte de uma viagem era a ida e a chegada. O desespero em desbravar um novo lugar mexia com minhas entranhas, e a felicidade de voltar balançava meu coração. Entretanto, arrisco-me a dizer que minha volta, neste ano em questão, foi diferente. Fui corroído por uma ansiedade completamente destrutiva. Abracei meus irmãos ao chegar, olhei nos olhos de minha amada mãe, sorri ao passar pelos empregados da casa, mas, ao entrar em meu quarto de infância, o sentimento se infiltrou. Tudo parecia igual, mas, ao mesmo tempo, diferente. Teria eu mudado tanto a ponto de enxergar tudo com novos olhos?
Fiquei aliviado por poder afastar-me desse sentimento naquele instante – mas já consciente de que ele voltaria a me perturbar, como prova o que escrevo agora neste papel. Troquei minhas roupas de viagem por outras mais apropriadas para o debut de Francesca. Lembro-me de desejar um bom banho, mas estava um tanto atrasado.
Revelo aqui também decisões que tomei conscientemente. Não vesti as primeiras roupas limpas que encontrei; procurei, no meu guarda-roupa, cores, tecidos e estampas que agradassem aos olhos dela. Escolhi o colete verde com pequenas flores amarelas bordadas. Eu sabia que talvez não estivéssemos em bons termos, então agarrei-me a qualquer coisa que pudesse influenciar positivamente a situação. Nunca poderia prever que os "maus termos" seriam uma tempestade.
Vestido e apresentável, fui ao debut. Sorri ao ver minha família na multidão. Concentrados, não notaram minha chegada, mas Eloise – sempre atenta como um gato – recebeu-me com um olhar julgador e um sorriso ladino.
"Não sabia que havia adquirido a habilidade de se esgueirar, irmão."
Engoli em seco para não lhe responder que ela não fazia ideia dos lugares em que entrei de fininho para adquirir essa habilidade. Apenas eu, um punhado de mulheres, Deus e meus diários sabem dessas histórias. Nossa conversa, contudo, não continuou.
O nome de Frannie foi anunciado por uma voz estridente:
"Senhorita Francesca Bridgerton, acompanhada por sua mãe, Senhora Bridgerton."
A porta foi aberta, e duas belas damas passaram por ela. Meu coração se encheu de orgulho e culpa. Culpa, porque Francesca estava mais alta, mais velha, e logo sairia de casa – caso arranjasse um bom marido naquela temporada. Nossos irmãos cresceriam, quer eu quisesse ou não.
Observei cada reação de Frannie. Enquanto caminhava pelo corredor, seus olhos estavam focados na rainha. Ela era estoica e prática. E exibia uma beleza digna de uma peça de teatro. Quando voltei meu olhar para a rainha, vi que suas sobrancelhas estavam cerradas e os olhos avaliadores.
