Penelope sabia que algo não estava certo em seu ser quando viu Colin Bridgerton levantar sua taça e anunciar Marina como esposa. Ela presumiu que fosse inveja. Mas quando os vergões roxos surgiram em sua pele e os desmaios tornaram-se recorrentes, e...
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II - HOME
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Penestava despedaçada.
Lágrimas insistentes desciam por seu rosto manchado de vermelho. Suas mãos apresentavam um tremor descontrolado. As palavras gritadas de Eloise ainda pareciam frescas em sua mente: "Flor insípida", "não gostaria de vê-la nunca mais em minha frente", "mentirosa e fraca".
Pen era uma menina inocente, mas nunca fora tola.
No fundo de sua mente, sempre que imaginava esse dia. Ela visualizava uma situação complexa e tensa, pois havia escondido uma grande parte de sua vida de sua melhor amiga. Além disso, havia escrito coisas amargas sobre os bridgertons, e mesmo que fosse para a proteção de sua amiga, também tinha usado sua pena contra a reputação de Eloise.
Mesmo antevendo a possível ira, Pen acreditava fielmente que, no fundo, sua amiga entenderia os motivos por trás de suas ações. Afinal, Eloise era uma mulher notavelmente inteligente e com uma visão clara das coisas, que sempre mostrara certo fascínio pelas ações de Lady Whistledown.
Eloise perceberia que as decisões de Pen não vieram de maldade ou desejo de manipulação, mas sim de um lugar de profunda solidão e desespero. Pen estava certa de que, mesmo brava, Eloise entenderia suas motivações. Porque Eloise conhecia o coração de Penelope.
A grande constatação da vida de Pen foi descobrir que sua mente infantil havia lhe pregado uma peça, ou no fim, não conhecia de fato o lado ruidoso de sua amizade com Eloise.
Pen nem mesmo teve a oportunidade de se explicar. As palavras de Eloise a cortaram antes.
Pen sentia seu rosto queimar de tantas lágrimas.
Ela sabia que havia cometido erros com suas penas, mas tais erros foram tão cruéis a ponto de merecer o olhar de ódio que Eloise lhe concedia? Suas palavras duras?
"Você é desprezível, Pen", "Flor insípida".
Batiam no fundo de sua mente como uma música de ninar. Pen nunca se esqueceria das palavras.
"Você só se importa com si mesma."
Era isso que sua amiga mais querida achava dela?
Pen não se lembrava de quanto tempo levou para voltar a realidade, e sair de seu quarto. O mundo parecia embaçado como um sonho. Apenas um nome vinha em sua mente: Colin.
Colin que era a única pessoa que havia sobrado. A única pessoa que importava, nem que minimamente, com ela.
Ela gostaria - necessitava desesperadamente - das palavras gentis dele, de sua presença agora. Colin saberia exatamente o que dizer a ela.
