05 - Agora tudo pode ser diferente

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A ponta da caneta vermelha bate no papel em branco, deixando para trás pontinhos vermelhos. Alhaitham observa essa ação de Kaveh, assim que ele decide assistir o loiro fazer um trabalho da faculdade.

O seu olhar foca na postura do outro homem sentado no sofá, durante o tempo em que tenta destacar uma planta de um shopping; um sorriso veio de Alhaitham, ele gostava de como Kaveh se esforçava, também tinha a sua dedicação, mas estava atento ao costume dele de ser idealista com seus grandes planos futuros.

— Não quer sair para comer algo? — Alhaitham sugere para o colega de repente, este que entrega um olhar surpreso. — O que foi?

— Haitham, que eu saiba, você não gosta muito de sair, então por qual razão quer comer fora? — A pergunta saiu em tom de confusão, refletida nos belos olhos de Kaveh.

Alhaitham escutou a pergunta, todavia perdeu o foco quando o encarava com aquela expressão, assim, desviou o olhar, mesmo que o outro estivesse no sofá da frente. Sentia as bochechas coradas, internamente queria ficar bravo com isso, entretanto, sabia que era algo inevitável quando estava com o colega.

— O que você está fazendo com a minha pergunta? — indagou olhando para ele, dado a isso, o sorriso anterior já havia desaparecido.

Kaveh franze o cenho e bufa, juntando as sobrancelhas.

— Nada? Eu estou curioso, é necessário mesmo discutir sobre isso, Alhaitham? — Encarou-o com muita seriedade. — Estou com o pressentimento de que você estava me contando uma piada. Não é legal brincar com as pessoas assim, como vou confiar em você dessa forma?

Ao citar a confiança de Kaveh, sente-se um tanto frio, então o ânimo se esvai de uma maneira lenta. Ele tinha noção que no passado Kaveh se separou dele depois de ouvir rumores infundados sobre si. Era algo difícil de provar o contrário, então Alhaitham deixou o tempo trabalhar, uma vez que o colega não iria aceitá-lo mais como parceiro, apesar do seus sentimentos serem fortes.

— Kaveh, você sabe que não sou o melhor com piadas, então eu não tentaria algo assim, é inútil. — Olhou em volta, buscando um livro para se distrair e deixar toda a situação anterior debaixo do tapete.

O loiro percebe o que ele vai fazer, repara que Alhaitham talvez esteja cansado de conversar. Ele suspira e, ao pegar o papel, volta a fazer um desenho, já se maltratando por não ter a atenção de Alhaitham por tanto tempo. Eu sou tão entediante assim? Estava divertido, mas nem reparei nisso. Queria que ele falasse mais comigo assim, eu também estava brincando... Alhaitham.

[...]

Alhaitham abre a porta do armário e vê que não tem nada de interessante para comer ali. Ele suspira olhando em volta, está procurando algo para Kaveh comer.

O loiro está no sofá, ainda concentrado em terminar um trabalho do curso, então decidiu ajudá-lo ao menos na parte da alimentação. Sabe a importância do foco que Kaveh tem nos trabalhos, entretanto, seria melhor ir falar com ele.

— Kaveh, venha almoçar. Eu fiz pedidos dessa vez, vai gostar do que eu... pedi — parou de falar ao ver o loiro adormecido. — Hum... — Analisou a situação, decidindo o que fazer com ele.

Ao sorrir, pegou-o no colo, levando-o para o quarto. Já na cama, arrumou a coberta, bem como o travesseiro dele, percebendo que ultimamente seu colega estava dormindo demais, e isso o preocupava. Ele está cansado e tem se alimentado mal. Quando era mais jovem, nós dois tentávamos nos cuidar sozinhos, Kaveh era bom nisso. Por que mudou tanto? Acho que posso cuidar de mim e de você...? Pousou o olhar triste no colega, assim, suspirou e foi apagar a luz para que o homem dormisse tranquilo. Logo, saiu do local.

Eu irei te ensinar a como me amar - HaikavehOnde histórias criam vida. Descubra agora