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As esferas da vida humana tornam-se – ou podem – mercadorias, atingindo em grande parte a população trans de forma tão abrupta quanto qualquer outra. Com a realidade sempre bem lembrada pela revolucionária russa Alexandra Kollontai ao afirmar que, a moral hipócrita da sociedade burguesa encoraja a prostituição pela estrutura de sua economia exploradora, enquanto ao mesmo tempo cobre impiedosamente de desprezo qualquer pessoa que é forçada à tomar este caminho.

Com base na citação podemos perceber a urgência da adoção da luta anti-transfóbica pelos movimentos proletários, certo de que grande parte da população é marginalizada por comercializar seus corpo para sobreviver ao capitalismo. É de uma sandice completa compreender a luta dessas pessoas meramente como identitarismo, no lugar de mais uma faceta das mazelas vindas do domínio da burguesia.

Considerando que lutar contra transfobia, é lutar contra o capitalismo.

Entender a pauta de pessoas trans como identitarismo some com as batalhas constantes de boa parte dessa população passa por se encontrar na prostituição, estando sujeitas a variáveis tipos de violências. A concepção é contrária da união do proletariado, por esconder pautas necessárias para avanços do povo, favorecendo a divisão sociais e reforçando preconceitos introjetados na população.

É uma instância, uma linha auxiliar para o progresso fascista e reacionário.

— Boo! — Kara assustou-se ao sentir o toque em seu ombro, a mais velha reclamou ao deixar o celular cair.

— Luthor!

— Perdão Karinha. — Lex pediu rindo. — O que estava fazendo para estar tão distraída assim?

— Lendo um artigo, o que está fazendo aqui?

— Eu quem deveria lhe perguntar isso, esse é o apartamento da minha irmã e por falar nela, onde Lena está?

— Arrumando-se.

— Ela te convenceu a ir ao jantar oferecido por meus pais? — A loira afirmou. — Bem, mamãe vai adorar tê-la presente. Está ansiosa para te encontrar desde que soube do seu retorno.

— Bem, espero agradá-la então.

— Certo... Como está indo a análise dos balanços da minha empresa?

— Uma verdadeira dor de cabeça, mas que tenho feito com excelência. Você não averiguou os documentos que já lhe enviei?

— Não, essa parte é com Lena e o papai. — Esclarece, a loira arqueia a sobrancelha surpresa. — Não sabia?

— Não...

— Embora Lena não tenha formação em contabilidade ou seja especialista em financeiro, ela possuí uma habilidade invejável com cálculos e o papai a colocou para cuidar do financeiro da empresa.

— Então, por que...

— Porque ela teve que assumir o hospital após a aposentadoria do nosso pai, minha irmãzinha estava ficando sobrecarregada com as grandes demandas de tarefas e chegamos a um consenso. — Explicou. — Você veio no momento certo Kara, eu não estava tão confiante em contratar os serviços da empresa para qual trabalha. A Luthor Corp tem um nome a zelar, não fechamos com qualquer empresa e só priorizamos a sua porque tínhamos alguém do nosso passado que é de confiança.

— Muito obrigada pela confiança em meu trabalho Lex!

— Caso algum dia tenha problemas em sua atual empresa, não hesite em me procurar Karinha. Ficarei feliz em lhe oferecer um cargo na empresa da família.

Afterglow - Karlena / Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora