O Peso da Culpa

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*Seis dias haviam se passado desde o acidente. Bernardo ainda estava no hospital, lentamente recuperando-se dos ferimentos. Jake e Vítor estavam ao seu lado, ajudando-o em cada passo da recuperação. Cauã, por outro lado, estava desaparecido desde aquele fatídico dia.*

*Cauã fugira de casa logo após o incidente, consumido pela culpa e pelo medo de que seus amigos nunca o perdoassem. Ele havia se escondido, evitando todos, convencido de que ninguém mais queria vê-lo. A solidão e a culpa o corroíam por dentro.*

*Nesse dia, ele decidiu que precisava ver Bernardo, mesmo que de longe, para ter certeza de que ele estava melhorando. Cauã foi ao hospital, seu coração pesado e suas mãos trêmulas. Ele entrou furtivamente, tentando evitar ser visto.*

*Quando chegou ao corredor que levava ao quarto de Bernardo, ele parou. Lá estava Jake, sentado ao lado de Bernardo, segurando sua mão e conversando baixinho. Vítor estava ao lado, observando com um olhar protetor. Cauã sentiu uma pontada no coração ao ver a cena, a culpa esmagando-o novamente.*

*Ele se virou para sair, mas deu de cara com Marco. Marco, que estava procurando Cauã incessantemente nos últimos dias, finalmente o encontrara.*

"Cauã!" *chamou Marco, sua voz cheia de alívio e surpresa.*

*Cauã, ao ouvir o nome, entrou em pânico e começou a correr, tentando fugir. Marco correu atrás dele, determinado a não deixá-lo escapar.*

"Espera, Cauã!" *gritou Marco, estendendo a mão.*

*Cauã continuou correndo, lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele não conseguia encarar ninguém, especialmente não Marco. Finalmente, Marco conseguiu alcançá-lo e agarrou seu braço, puxando-o para uma parada forçada.*

"Me solta, Marco!" *gritou Cauã, tentando se libertar.*

"Não vou te soltar, Cauã. Não vou te deixar fugir de novo," *disse Marco firmemente, segurando Cauã com mais força.*

*Cauã caiu de joelhos, soluçando. As palavras saíram entrecortadas pelos soluços.* "Eu... eu machuquei o Bernardo... Foi tudo culpa minha... Vocês nunca vão me perdoar..."

*Marco se ajoelhou ao lado de Cauã, segurando seu rosto nas mãos e forçando-o a olhar para ele.* "Cauã, escuta. Não foi sua culpa. Foi um acidente. Eu sinto sua falta, todos nós sentimos. Nós queremos que você volte."

*Os olhos de Cauã estavam vermelhos e inchados, cheios de dor e culpa.* "Mas... mas eu..."

"Shh," *interrompeu Marco, puxando Cauã para um abraço apertado.* "Nós precisamos de você. Eu preciso de você."

*Cauã desabou nos braços de Marco, finalmente deixando sair todas as emoções que estava segurando. Marco o segurou firme, acariciando suas costas, tentando acalmá-lo.*

"Vamos voltar lá dentro," *disse Marco suavemente, após alguns minutos.* "Vamos ver Bernardo. Você precisa ver que ele está bem e que ninguém te culpa."

*Cauã hesitou, mas assentiu lentamente, deixando-se guiar por Marco de volta ao quarto de hospital. Quando chegaram, Jake e Vítor levantaram os olhos, surpresos ao ver Cauã.*

*Bernardo, mesmo pálido e fraco, sorriu ao ver seu amigo.* "Cauã... estou feliz que você veio."

*Jake assentiu, os olhos cheios de compreensão.* "Nós sentimos sua falta, Cauã."

*Cauã, com lágrimas nos olhos, aproximou-se lentamente da cama de Bernardo. Ele se ajoelhou ao lado do amigo, segurando sua mão com cuidado.* "Bernardo, me desculpa... por favor..."

*Bernardo apertou a mão de Cauã, sua voz suave e reconfortante.* "Não foi sua culpa, Cauã. Foi um acidente. O importante é que estamos todos aqui, juntos."

*As palavras de Bernardo pareceram aliviar um pouco da culpa que Cauã carregava. Marco colocou a mão no ombro de Cauã, oferecendo seu apoio silencioso.*

"E você, Marco?" *perguntou Cauã, olhando para ele.* "Você realmente me perdoa?"

*Marco sorriu, puxando Cauã para mais perto.* "Eu nunca te culpei, Cauã. Eu só quero você de volta. Vamos superar isso juntos, como sempre."

*Com essas palavras, o peso da culpa de Cauã começou a diminuir. Ele sabia que levaria tempo para se perdoar completamente, mas com o apoio de seus amigos e de Marco, ele acreditava que poderia superar.*

*Enquanto o sol se punha do lado de fora do hospital, dentro do quarto, um novo começo se desenhava. Com o apoio e o amor de seus amigos, cada um deles sabia que, apesar dos desafios, sempre teriam uns aos outros para enfrentar qualquer adversidade.*

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