*O ano novo se aproximava, e a festa estava em seu auge. As ruas estavam iluminadas com fogos de artifício, o som das celebrações ecoava, e a alegria parecia contagiar a todos. Dentro da casa de Bernardo, o clima era de pura felicidade. Amigos e familiares se reuniam para celebrar a chegada de mais um ano.*
*Vítor, Sofia e Bernardo, ainda animados com a noite, decidiram dar uma pequena pausa na festa. Queriam buscar algo em casa e aproveitar para ter um momento de descanso da agitação. A caminhada até a residência foi tranquila, com Sofia correndo à frente, enquanto Vítor e Bernardo conversavam sobre seus planos para o novo ano.*
*Quando chegaram em casa, o silêncio que reinava ali contrastava fortemente com a festa animada do lado de fora. Porém, nada parecia errado, até que abriram a porta da sala de estar.*
*Sofia foi a primeira a entrar, ainda sorrindo. Mas, ao virar o corredor, ela parou de repente. O sorriso desapareceu de seu rosto, substituído por uma expressão de puro terror. Vítor e Bernardo, logo atrás dela, também pararam abruptamente, seus corações afundando ao verem a cena diante deles.*
*Ali, no chão da sala, estava a mãe deles, deitada em uma poça de sangue. Seu corpo estava imóvel, e seu rosto tinha uma expressão congelada que fazia o sangue de qualquer um gelar. O choque foi instantâneo e devastador. O tempo pareceu parar.*
*Por um momento, ninguém conseguia se mover. O horror da cena era simplesmente esmagador. Mas, então, Sofia começou a processar o que estava vendo. A realidade da situação a atingiu como uma avalanche, e ela entrou em pânico.
"Não... Não... Não!" Sofia começou a gritar, sua voz cheia de pavor. Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto enquanto ela se aproximava do corpo da mãe, com as mãos tremendo descontroladamente. Cada respiração era difícil, e ela sentia como se estivesse se afogando no próprio desespero.
Vítor, vendo a reação de sua irmã, sentiu seu próprio pânico crescer, mas ele sabia que precisava manter a calma por ela e por Bernardo. Ele se ajoelhou ao lado de Sofia, tentando a segurar enquanto ela chorava incontrolavelmente, mas ela estava fora de si, gritando e soluçando de uma forma que partia o coração."Mãe... não... mãe, por favor, acorda!" Sofia implorava entre soluços, segurando a mão fria da mãe. O desespero em sua voz era de partir a alma. Ela tremia tanto que mal conseguia se manter em pé, e o medo nos olhos dela era algo que Vítor nunca iria esquecer.
Bernardo, sentindo uma onda de pânico próprio ao ver a irmã naquela condição, tentou se aproximar, mas seus próprios pés pareciam pesados como chumbo. Ele estava em choque, sem saber como reagir àquela cena de pesadelo. Cada segundo parecia uma eternidade, e ele sentia o pânico tomar conta de seu corpo.Finalmente, Vítor conseguiu alcançar o telefone. Com as mãos tremendo, ele discou para a emergência, mal conseguindo formar as palavras enquanto pedia ajuda. A voz do operador parecia distante, como se estivesse em outro mundo, mas Vítor conseguiu fornecer as informações necessárias, enquanto suas lágrimas caíam silenciosamente.
Enquanto isso, Sofia continuava em pânico, incapaz de aceitar a realidade do que estava acontecendo. Seus gritos ecoavam pela casa, misturados com os soluços desesperados. Bernardo, sentindo-se impotente e perdido, não conseguia fazer nada além de observar, o coração despedaçado pela dor e pela confusão.Quando os paramédicos e a polícia finalmente chegaram, a casa já estava mergulhada em uma tristeza profunda. Sofia estava em choque, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela se recusava a soltar a mão da mãe, como se, de alguma forma, isso pudesse trazê-la de volta. Vítor tentava manter a calma, mas por dentro estava tão devastado quanto os irmãos. E Bernardo, o mais novo, sentia-se preso em um pesadelo do qual não conseguia acordar.
A casa, que minutos antes estava cheia de promessas de um novo ano, agora estava mergulhada em tragédia e desespero. O silêncio que antes parecia confortável agora era pesado e insuportável.O mundo deles havia mudado para sempre, e as consequências dessa noite ainda ocoraiam em suas vidas por muito tempo.