Par imperfeito | jakewon

Um adeus cedo demais

Na primeira noite que passaram no apartamento novo, Jake e Jungwon mal conseguiram dormir. Toda hora lembravam-se de que aquele era seu novo lar, que dormiriam lado a lado todos os dias e acordariam um nos braços do outro. Parecia um sonho, como se fosse parte de um futuro tão distante que tinha chegado do nada.

No entanto, precisaram fazer alguns ajustes na vida a dois. Em primeiro lugar, não iriam se casar tão cedo. Isso deixou Jake um pouco emburrado, pois estava louco para usar aliança, subir ao altar e dar uma grande festa. Ele era claramente o mais romântico e emocionado dos dois. No entanto, Jungwon não queria que suas famílias pagassem por mais uma coisa. Já tinham lhes dado um apartamento mobiliado. Ele queria se casar com seu próprio dinheiro, numa cerimônia que organizariam aos poucos, quando tivessem tempo para isso. Sendo assim, combinaram de deixar o casamento para depois da formatura da faculdade, quando estivessem economicamente estáveis. Não era como se não fossem viver como casados nos próximos anos, só não seria no papel. Depois de muita conversa, Jake achou que aquela era a opção mais madura. Realmente se envergonharia de pedir para que seus pais bancassem tudo; estava na hora de começar a ser independente.

Nos primeiros meses em que moraram juntos, muita coisa aconteceu. Jungwon passou no vestibular para a universidade pública da cidade e estava muito feliz. Seu padrasto tinha dito que lhe pagaria um curso em uma particular, mas ele negou veementemente; esse era outro assunto que gostaria de resolver de forma madura. Além disso, Minju tinha passado na mesma universidade, então se veriam todos os dias. Já Jake, Heeseung e Sunoo foram para a melhor universidade particular da cidade. O pai de Heeseung também ofereceu estágio para todos eles em sua empresa, e com isso Jake poderia começar a bancar as contas de casa. Jungwon também planejava pegar um estágio na universidade, porém esse não lhe daria tanto dinheiro assim.

Diferente dos dois, Heeseung e Sunoo continuariam vivendo com seus pais. Eles não quiseram pedir ajuda para alugar um apartamento, preferindo juntar dinheiro trabalhando e pensar nisso no futuro. No entanto, como iam para a mesma universidade e estagiavam na mesma empresa, passavam o tempo todo grudados. Suas famílias também se tornaram amigas por conta do namoro dos dois, então era mais difícil vê-los separados do que juntos.

Jungwon completou dezoito anos no segundo mês em que estavam vivendo no apartamento. Jake lhe comprou um bolo de morango com chocolate, eles convidaram seus amigos para celebrar e jogaram jogos até o anoitecer. Depois que todos foram embora, Jake cumpriu uma promessa que tinha feito um dia: eles dormiriam juntos pela primeira vez quando o namorado fosse maior de idade e tivessem a própria casa. Como era um homem de palavra, ele se segurou até então, mesmo que estivesse prestes a enlouquecer. Assim como o esperado, Jungwon estava nervoso e envergonhado, mas tudo aconteceu de forma natural. Sentiram que aquele era um passo ainda maior no relacionamento, que estavam se conhecendo mais profundamente e que isso os aproximou ainda mais. Não havia nada que não pudessem compartilhar agora: inseguranças, medos e desejos. E enquanto olhavam nos olhos um do outro na penumbra do quarto, sussurrando palavras doces, sentiram que se amavam mais do que imaginavam, como se tivessem sido feitos um para o outro.

Na manhã seguinte, o Yang ainda podia sentir as sensações da noite passada. Estava deitado de olhos fechados, lembrando-se das carícias do amado, quando ouviu um latido. Ele ergueu o rosto e olhou para o lado, finalmente percebendo que Jake não estava ali. O latido ficou mais alto, até que a porta do quarto foi aberta. Quando olhou naquela direção, viu o noivo com um sorriso amarelo e um maltês pequenininho em seu colo, que latia sem parar.

— Surpresa! — Ele ergueu o cachorro. — Eu ia te dar de presente em uma caixa com um laço bonito, mas ele não parava de latir, foi impossível...

Jungwon arregalou os olhos e se sentou na cama, cobrindo-se com o edredom. O cachorrinho continuava latindo e se debatendo, então Jake o largou em cima do colchão, e ele caminhou na direção do mais novo. Tão logo já estava em suas mãos, sendo acariciado.