01. Sonhos.

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Não consigo acreditar que o meu maior sonho está se tornando realidade. Noah Urrea está na minha casa, bem na minha frente.

Devo confessar que sou uma grande fã, daquele tipo que tem posters colados pelas paredes e que o defende com unhas e dentes quando necessário.

Noah se aproxima mais de mim, e eu senti como se não existisse mais ninguém a nossa volta. Sentia que meu coração estava quase pulando para fora a cada passo que ele dava. Assim que chegou na minha frente, tirou os óculos e eu finalmente pude ver de perto os olhos com o tom esverdeado mais lindo que existe.

Vê-lo de perto era a melhor coisa que poderia acontecer em toda a minha vida, por isso, eu não esperei mais um segundo e abracei-o.

Senti sua mão no meu ombro e então, seu braço envolveu meu corpo, retribuindo o abraço, sem dizer uma palavra. Não quis pagar de fã doida, berrar e chorar loucamente, mas estava surtando por dentro, esperando que ninguém percebesse que estava tremendo.

Quando soltei Noah do abraço o olhei atentamente, tendo a certeza de que estava com uma cara de assustada horrorosa.

Isso parecia um sonho, onde minha mãe me acordaria na melhor parte, e eu voltaria para a minha triste e solitária realidade.

- Oi. Ele disse, e meu Deus, sua voz era perfeita. - Eu sou o Noah, você é a Sina, certo? - Ele abriu um sorriso que me fez querer chorar.

- Ah... - Dei um sorriso nervoso. - Aham. 

Então ele riu. RIU.

Seus dentes eram brancos e alinhados, de maneira perfeita. Ele é mais lindo do que qualquer capa de revista.

— Noah. – Ouvi a voz do meu pai ecoar pela sala, me fazendo acordar do transe e perceber que todos os olhares estavam em nós. — Você pode ficar a vontade, andar pela casa com Sina. – E deu uma piscadinha para Noah.

O que é isso?

— Claro. Valeu. – Noah respondeu abertamente, sorrindo em seguida. — Aceita dar uma volta comigo, Sina?

Noah Urrea me chamando para dar uma volta?

— Aceito, é claro que sim. — Tento responder da maneira mais natural, mas tenho certeza de que a minha voz saiu trêmula.

Noah sinalizou para que passasse na sua frente, então saímos da sala e fomos para o jardim.

— Pode ser aqui? — Pergunto incerta.

— Claro, pode ser onde você quiser. — Ele sorriu olhando a sua volta, vendo um banco. — Quer sentar ali?

— Pode ser.

Eu o segui em direção ao banco, ele se sentou e eu o olhei, mas continuei em pé.

Ouvi uma risada baixa escapando dos seus lábios.

— Você 'tá com medo de mim? — Ele perguntou. — Pode sentar comigo, eu não mordo. — Noah foi para o lado, me dando espaço.

Me sentei junto a ele, em completo silêncio, sem saber o que dizer.

— Você está com vergonha, Sina?

— Não é isso, só é estranho estar do seu lado, nunca pensei que isso aconteceria.

— Então, você passou em medicina na UCLA?  Uau. Parabéns.

— É, nem consigo acreditar, esse era o meu maior sonho, por muito tempo. Queria me tornar uma grande médica.

— Pensei que o seu maior sonho era me conhecer.

Que atrevido.

— Mas meu sonho era mesmo te conhecer. — Confessei. — Mas eu tenho uma lista de vários sonhos, ué. O de te conhecer estava lá no final. — Brinquei e ele me olhou ofendido, arregalando os olhos, como se eu tivesse falado a pior coisa do mundo para ele.

Daylight - noartOnde histórias criam vida. Descubra agora