ᴏᴘᴘᴏsɪᴛᴇs | 𝐧𝐚𝐫𝐮𝐭𝐨 𝐮𝐳𝐮𝐦𝐚𝐤𝐢

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Estou voltando para a nossa cabana escondida, segurando uma sacola cheia de remédios e chás que consegui na vila próxima. O peso dos remédios parece nada comparado ao alívio que sinto por saber que Itachi vai ter o que precisa. Ele está tão fraco ultimamente...

Chego na clareira e, de repente, sinto um frio na espinha. O cenário à minha frente é um pesadelo. O lugar está totalmente destruído e... Itachi está no chão, ajoelhado, coberto de sangue. Sasuke está ao lado dele, em silêncio.

Eu não acredito que o Sasuke fez isso...

Eu paro, incapaz de me mover, com os olhos arregalados de horror. Tento gritar, mas minha voz não sai. Minhas pernas tremem e eu deixo cair a sacola que estava carregando. As ervas e os remédios se espalham pelo chão, um mar de folhas secas e frascos quebrados misturados com o sangue que mancha a terra. Mas, honestamente, isso é a última coisa que importa agora.

— Não... — Eu murmuro, a palavra quase inaudível, um sussurro desesperado. Meus lábios tremem e eu me inclino para frente, as lágrimas escorrendo sem parar. Meu coração parece que vai se despedaçar. Cada batida é um lembrete cruel de que Itachi está ali, morto.

— Isso não pode estar acontecendo... Não pode! — Eu finalmente consigo gritar, minha voz ecoando na clareira silenciosa. Meus olhos se fixam em Itachi, que está ali, sem mover um músculo.

Sasuke, que até então estava em pé, agora está deitado ao lado dele, me observa com uma expressão de total destruição. Seus olhos estão vazios, como se ele tivesse perdido toda a vontade de lutar.

— S/n... eu... eu não sabia... — Ele balança a cabeça, as palavras mal saindo de sua boca. — Eu só... eu só queria... — Ele parece perdido, sem saber como se explicar ou o que dizer.

— Queria o quê, Sasuke? — Eu o interrompo, minha voz saindo como um rosnado. — Queria matar Itachi? É isso que você queria? Como pôde?

Ele tenta se levantar, mas parece tão cansado e derrotado quanto eu me sinto. Eu me aproximo, mas antes que eu possa alcançar Itachi, Sasuke se coloca na minha frente.

— Eu... eu não sabia... — ele tenta novamente, mas não consegue terminar a frase.

— Não sabia? Você não sabia? — Eu choro, minha voz cheia de frustração e dor. — Não sabia que Itachi era tudo que eu tinha? Você não sabia que ele estava te protegendo, mesmo quando estava em perigo?

Sasuke abaixa a cabeça, seu rosto escondido pela sombra de seus cabelos. Ele se senta no chão, com os ombros caídos, e o silêncio entre nós é quase insuportável.

— Eu não sabia... eu não sabia... — ele repete, como um mantra.

— É claro que não sabia! — Eu grito, minha raiva explodindo. — Porque você nunca se importou com nada além da sua própria vingança! Itachi sacrificou tudo por você, e olha o que você fez!

Sasuke não responde. Seu silêncio é mais ensurdecedor do que qualquer grito. Ele olha para o chão, como se tentasse se esconder da dor que causou. Eu me agacho ao lado de Itachi, verificando seu pulso novamente, mas sei que é inútil. O sangue é um sinal claro demais de que ele se foi.

— Itachi... — Eu choro, tocando o rosto dele suavemente. — Eu não consegui te proteger. Me perdoe. Eu falhei.

As lágrimas escorrem livremente agora, e eu sinto como se estivesse caindo em um abismo sem fim. A dor é tão intensa que mal consigo respirar. Mas, quando olho para o lado, Sasuke já não está mais ali.

Olho para a clareira devastada, tentando organizar meus pensamentos turvos. Eu não posso simplesmente ficar aqui. Itachi precisa de mim, mesmo que ele não possa mais sentir nada. Eu tenho que tentar algo, qualquer coisa. Meus olhos se fixam no brilho do Mangekyō Sharingan.