Filhos da Floresta

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💜 Esse conto se passa num universo fictício e, nesse mundo, a homossexualidade é tão bem aceita quanto a heterosexualidade. Na verdade, nenhuma pessoa LGBT+ é perseguida e/ou desrespeitada por aqui por ser quem é.
Durante 2 mil palavrinhas, nós sentiremos o gosto adocicado de um mundo ideal, meus gentis leitores.
Ah, e isso pode parecer com o reconto de Cinderela q postei aqui um tempo atrás, mas não é o mesmo universo não. 💜

**Voltei com as interações do remmy e do six pessoalmente. Um passarinho verde me disse q vcs estavam com saudades. Talvez fosse um beija-flor...
Ps: os ><><>< entre alguns parágrafos são só pra marcar quebras nos capítulos. Mas continua sendo o mesmo ponto de vista.

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Reino de Durmstrang, ano de 1474

O céu sobre a cabeça de Sirius Black era azul feito pétalas de Lírios Marinhos (um tipo de flor que costumava nascer nas praias do reino e embelezar a entrada para o oceano com a aparência surrealista de suas pétalas azuis-fluorescentes que permaneciam brilhando mesmo de madrugada, deixando as faixas de areia com uma luz fantasmagórica e onírica ao mesmo tempo, te fazendo questionar se você estava num conto de terror ou de fadas).

A vegetação ao seu redor estava verdejante, embora já pudesse se ver uma folha aqui e ali começando a alaranjar e morrer, já que o outono estava chegando.

O Black de cabelos cumpridos e pele marrom subia por uma trilha estreita de grama, galhos, raízes e pedras.

A trilha era tão estreita que, caso mais de uma pessoa quisesse subir por aquele caminho ao mesmo tempo, teriam que fazer isto em fila. Tudo graças às altas árvores tortas que se amontoavam umas em cima das outras dos dois lados da subida, transformando aquela trilha num túnel escuro e até gelado (e era à essas mesmas árvores altas e tortas que eu estava me referindo quando falei da vegetação verdejante com algumas raras folhas mortas e alaranjadas, lá em cima, benzinho).

À propósito: nosso garoto de madeixas encaracoladas só sabia que o céu em cima de si estava azul feito pétalas de Lírios Marinhos graças aos breves momentos que passava debaixo de uma árvore um pouco mais afastada de sua vizinha ou um pouco mais desfolhada, permitindo-o admirar a formosura do céu de fim de verão na capital de Durmstrang, azul feito a cor dos sonhos que se tornam verdade.

Pelo resto da caminhada, tudo o que o menino de dezessete anos e olhos acinzentados como as pedrinhas que ficam nas beiras de lagos e rios podia fazer para não tropeçar em alguma raiz mais elevada no meio daquele escuro e acabar caindo de joelhos no chão era contar com todo o conhecimento que ele tinha adquirido daquele terreno irregular e selvagem ao longo dos últimos três anos subindo ali quase toda semana.

Tudo o que podia fazer era contar com sua memória quase que infalível, que sabia exatamente, mesmo sem conseguir enxergar o chão, quando era a hora de pular uma raiz, desviar de um buraco ou contornar uma pedra muito grande que não podia ser pulada.

Havia uma pessoa esperando-o lá em cima com uma sexta de pães de queijo quentinhos, um lençol para piqueniques, almofadas macias e olhos verdes-caramelo que brilhavam mais que as Colinas de Jade (grandes encostas de grama fofinha que ficavam ao norte do reino e que receberam esse nome pelo fato de permanecerem totalmente esverdeadas e cheias de vida, brilhando tal qual pedras de jade polida, mesmo quando o alto inverno chegava).

Ah! Sim, amor! Os olhos serenos e cheios de carinho que esperavam por Sirius no fim da trilha, bem lá em cima, eram mais verdes que as Colinas de Jade!

E o Black tentava, naquele instante, imaginar como tinha sido para o garoto dono daqueles olhos subir por ali sozinho.

Remus não dera a sorte de ter a memória tão boa quanto a dele. Como o Lupin fizera para passar por aquele túnel de folhas e troncos sem tropeçar nos galhos e bater o dedinho do pé nas pedras?

Dimensão [Wolfstar]Onde histórias criam vida. Descubra agora