• Prólogo

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Através dos sonhos, deslizo por passagens temporais que me conduzem de volta ao passado. Lá, me encontro novamente entre as paredes de pedra do Kanag, envolta pelos olhares que tanto me causam medo — olhares frívolos dos moradores insensíveis, crianças desfavorecidas como eu. Experiências dolorosas me assombram, atormentada, destinada a vagar pelas noites, rotulada como um problema, uma alma assombrada por algum espírito.

Foi em um momento de distração que percebi a oportunidade tão esperada: a porta entreaberta, a chance de escapar da vasta e decadente residência — um orfanato regido por freiras amarguradas.

Minha mente se fragmentou com o tempo, como pedaços de vidro espalhados pelas memórias perdidas do passado. Contudo, com essas lembranças, eu me recordava, nessa madrugada, da minha primeira decisão impulsiva, como uma alma perdida, desesperada por esperança.

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