"Nunca percebi, mas um sorriso doce pode camuflar um mundo de sentimentos, onde a alegria dança ao lado de segredos não revelados"
- Theodoro Rabbit.
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No sinal das seis, um rumor começou a se espalhar como fogo em palha seca pelo colégio de Kotobukicho. O que deveria ter permanecido em segredo, um sussurro abafado nos corredores, rapidamente se transformou em pauta de conversas entre alunos de todo o bairro. Aquela brisa inquieta carregava segredos que os envolvidos tentaram encobrir, mas que, inevitavelmente, encontraram seu caminho à superfície. A história girava em torno de uma luta impetuosa entre delinquentes e uma única pessoa, um confronto que, sem explicações, capturou a imaginação de todos.
Os boatos afirmavam que essa figura solitária havia derrotado os delinquentes, deixando apenas um deles ferido; uma certeza que ressoava, mas permanecia envolta em mistério. Para muitos, a veracidade das fofocas era duvidosa, mas o desejo de saber mais alimentava as conversas alheias.
Enquanto todos se prendiam aos detalhes dessa confusão, o gesto inesperado de Miyuki Tachibana, a garota popular, ao dar atenção à "excluída", passava despercebido entre os grupos de fofoca. Eu, no entanto, observava tudo com um estranhamento crescente; cada olhar direcionado a mim parecia lembrar-me de que, a qualquer momento, poderia ser envolvida em novos rumores. O que poderia acontecer se Miyuki se aproximasse mais de mim?
Meus pensamentos se aprofundavam nos mistérios que cercavam Tachibana. Seu olhar enigmático não refletia nada concreto e, naquele momento, percebi que não havia nada ameaçador em suas expressões. Contudo, o gesto repentino dela me fez questionar minha intuição; agora, a dúvida consumia meus pensamentos. Assim, deixei de lado minha voz interior, embora uma parte de mim se sentisse estranhamente satisfeita com isso.
A cidade se iluminava em tons de laranja e cinza, como um palco para o crepúsculo. As sombras se alongavam pelas ruas enquanto eu deixava a escola, e a brisa suave do começo da noite acariciava meu rosto. A silhueta de Koya se destacava à distância, encostado em sua moto, como um fantasma à espera. Ele parecia perdido em seus pensamentos, com um cigarro fumegante entre os dedos e a fumaça se dissipando em anéis que dançavam no ar.
Meu coração acelerou ao avistá-lo. Um sorriso tímido surgiu em meus lábios enquanto eu me apressava em sua direção, desejando estar ao seu lado sem que ele percebesse minha ansiedade. Ao me ver, ele apagou o cigarro com um gesto brusco do pé, e a fumaça se dissipou no ar. Koya sempre se preocupava comigo e evitava fumar perto de mim por saber que a fumaça me incomodava. Esse gesto, embora simples, me preenchia de calor; era um símbolo do respeito que ele tinha por mim.
- Como foi seu dia? - sua voz grave me envolveu como um abraço.
- Melhor do que eu esperava - respondi, sentindo minhas bochechas corarem.
- Ah, é? E por quê? - ele perguntou, com a sobrancelha arqueada e curiosidade evidente.
- Uma das garotas foi muito gentil comigo - murmurei, tentando conter o sorriso que ameaçava surgir.
- É mesmo? Quem seria essa garota? - ele inquiriu, inclinando-se um pouco mais perto. Seu olhar me prendia.
- Não vou contar - brinquei, enquanto meus olhos encontravam os dele. - Você vai ter que adivinhar.
A pergunta que surgia entre nós já estava óbvia; afinal, só havia uma única garota que eu admirava em toda a escola.
Koya riu e pousou a palma da sua mão grande na minha cabeça, acariciando meus cabelos, como um gesto que indicava que eu me saíra muito bem naquele dia. Senti meu rosto esquentar ainda mais enquanto uma onda de vergonha percorreu meu corpo. Foi então que notei algo peculiar: ele usava uma luva preta apenas em uma das mãos.
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RABBIT - Coelho
Romance• CLICHÊ • DARKROMANCE Em meio a tempestades emocionais, a jovem Harelyn Yanagi se aproxima dos 18 anos, assombrada por sonhos fragmentados de um passado nebuloso. Criada em um orfanato, suas memórias confusas são um tormento, enquanto a maldade da...