— Hiwa, pelo amor de deus isso ja faz tempo! — disse Satoru impaciente
— Sim Satoru, eu sei. E é mesmo depois de tudo que a gente ja passou eu ainda sim tenho medo, eu estou no meu direito.
— Só deixa fluir.
— Pra você é fácil falar, nasceu sabendo controlar.
Respiro fundo pela milésima vez, pondo toda a força necessária em casa músculo do meu corpo.
— Mais forte Hiwa !!!
— Se você gritar comigo mais uma vez eu pega essa tabua e quebro na sua cabeça.
— O objetivo na verdade é você quebrar na mão.
O professor deixou Satoru responsável pelo meu treinamento. Ele estava extremamente proibido de participar de quaisquer tipo de treino que me envolvesse. Mas o professor mudou de idea desde o último teste no parque de diversão.
Segundo ele era necessário a ajuda e supervisionamento de um experiente. Não sei onde o Satoru se encaixa nisso. Ele é imaturo, não tem foco, e sempre faz o que quer. Não entendi o conceito que o Yaga usou.
— Hiwa eu estava pensando... esse treinamento não está te ajudando em nada. Já é sua segunda semana de treino e não saímos do lugar.
Satoru consegue sentir energia amaldiçoada, e ele afirma que eu tenho sim, mas não sei usar. Ele ja testou diversas coisas. Raiva, tristeza, dor, alegria. Nenhuma dessas emoções desbloqueou algum tipo de força interior minha.
— Me devolve seu colar. Só por cinco minutinhos. — Eu retiro e o entrego. — Vamos tentar denovo.
Dessa vez sinto algo diferente. Meu peito ferve de uma forma que eu ja tinha sentido antes... e não era uma sensação agradável. Eu tenho medo.
— Não, Toruu. Devolve o colar eu acho mais seguro. Eu posso te machucar ou acabar fazendo algo que eu não tenho controle, por favor.
Ele da alguns passos pra trás, seu olhar é frio, juntamente com suas expressões faciais. Seu modo de se portar mudou. Agora ele aparenta ser o homem que nunca teve a oportunidade de me mostrar.
— Concentre-se.
Eu fecho os olhos e tento controlar o máximo possível. Dói, meu corpo inteiro dói, meus pulmões rasgam meu peito tornando difícil minha respiração. Eu grito, mas não é um grito normal, é como eu estivesse me fundindo com alguém. Ou melhor, algo.
Tento abrir meus olhos e olhar ao redor, mas estou coberta com algum tipo de armadura, ou proteção, escura e com forma de fumaça.
Satoru continua me olhando daquela mesma forma, fria e sem emoção. Ele não é o garoto com que cresci a vida toda.
— Gojou... — Minha voz sai involuntariamente, grossa, como se não fosse minha. — Satoru, hum? Não passa de mais um insolente de sua geração. Olhos bonitos você tem. Já esmaguei alguns parecidos.
Satoru se aproxima lentamenta, agacha no chão e olha nos meus olhos.
— E eu ja esmaguei muitas aberrações como você. Querida, tente se levantar. — Ele coloca a mão em meu rosto.
Eu não consigo me mover, a sensação que eu sinto é calor, muito calor, parece que meu corpo está em chamas. A cada tentativa de me mover dói ainda mais.
Ele continua olhando nos meus olhos, mas agora com um olhar doce.
Deixo uma lagrima cair.
— Muito bem, essa é minha garota. — Ele coloca meu colar de volta. — Você fez um ótimo trabalho.
Não entendi muito bem o que ele quis dizer com ótimo trabalho. Sentir dor? Eu fui bem na prova de resistência? Como funciona esse método de critério?
Ele coloca os dedos na minha testa, fazendo com que toda minha dor sumisse e eu apagassse. Desmonto em seus braços.
*
Ao longe eu escuto uma voz, aparentemente impaciente. Desperto e não acredito que estou aqui denovo.
— Criança! Moleque! Se eu pidesse teria decaptado aquela aberração! — diz chutando um crânio.
— Ai... — tento me levantar.
— E você ! Desde quando... — ele para e respira, colocando a mão no rosto. — Desde quando aprendeu a controlar a fumaça? Ela eh algo meu, não seu. Você não tem nada e não é nada. Se eu pudesse, eu te torturaria, arrancava cada pedaço da sua pele lentamente só pra escutar os seus gritos de dor. — disse se aproximando lentamente.
— Que romântico. Uma pena que na nossa conversa anterior você deixou bem claro que não pode encostar um dedo em mim. E eu acho que as coisas começaram a fazer sentido na minha cabeça.
— Você não sabe de nada. É estúpida. É mulher. Igual a toda sua geração de estúpidos.
— Ok, agora você passou de romântico pra machista. Olha aqui, eu te controlo, ou melhor, estou aprendendo. Então de ponha no seu lugar pois quem manda aqui sou eu, você está no meu corpo.
— Ah é...?
Seus olhos verdes escuros refletem junto ao vermelho do ambiente, deixando-os em uma cor de vinho. Seus cabelos pretos dão ênfase ao seu rosto bem estrutura.
— Era pra eu ter medo de você? Você não tem ideia de quem eu sou.
— E não me importo, se você continua na minha linhagem é porque o resto dos estúpido te deixou bem quieto por aqui durante todos esses anos.
Seu semblante de tristeza é evidente.
— Mas... Por quê? Você não parece uma maldição, por que você está preso durante tanto tempo?
— Como eu falei. Você não sabe quem eu sou. — diz em um tom ainda triste.
*
— Hiwa. Acorda princesa.
Acordo do meu desmaio com Satoru cutucando repetidamente minha bochecha.
— Para! Inferno.
— Por quê você me trata assim? Poxa... — faz biquinho.
Ele voltou a ser o moleque infantil de antes, aquele Satoru Gojo que conversou comigo em estado de possessão não era o Satoru que eu conhecia, aquele era o menino criado por uma família rígida, aquela era sua face de treinamento, era o que ele foi instruído a fazer.
— Você me assustou mais cedo. — disse eu.
— As vezes — seu tom de voz muda — é necessário alguns esforços a mais para colocar as coisas no lugar. Haruyu Yamazaki não pode te fazer mal algum, e eu nao vou deixar também. Estou aqui pra te proteger, desde sempre, desde o começo de tudo.
Sinto um sentimento diferente, meu estômago se revira de uma forma que não tinha acontecido antes, meu coração bate mais forte e minhas mãos ficam trêmulas.
— Vamos comer algo agora. — Ele se vira para a porta. — Não posso deixar minha futura esposa passar fome.
— Quem disse que vou ser sua futura esposa?
— Você não sabia? Fique avisada, vou me casa com você.
Ele simplesmente sai, caminha normalmente com seu ar de soberania, soberbo, egocêntrico e tão... perfeito. Isso me irritava, ele por si só me irritava. Mas eu gosto tanto dele que tudo isso chega a ser engraçado.
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𝙻𝚒𝚝𝚝𝚕𝚎 𝙻𝚒𝚕𝚢 - Gojou Satoru x Reader
FanficSayuri Hirawa, vive na família que trabalha para os Gojou, nasceu para ajudar na criação e educação de Satoru Gojo. Mas será que é realmente isso? Leia para descobrir os mistérios de sua família. Ps: Deem uma chance até o capítulo 5, a partir de lá...