01 - A linha do meu coração.

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Os deuses amarram um fio vermelho no dedo mindinho de cada pessoa ao nascer, conectando-a de forma indissolúvel à pessoa com quem está destinada a ter uma conexão significativa, geralmente um parceiro amoroso.

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James 'Prongs' Potter, ou apenas Jamie para os mais próximos, estava obcecado pelo fio vermelho que surgira em seu dedo mindinho desde seu aniversário, dois dias atrás. A linha delgada e aparentemente frágil parecia pulsar com uma energia que ele não conseguia compreender totalmente, mas que o atraía como um imã. O jovem bruxo estava deitado em sua cama, os olhos fixos no fio, enquanto sua mente fervilhava com possibilidades e dúvidas.

— James, por favor, pare de olhar para esse fio e levante da cama. Precisamos ir comer, o café da manhã de sábado é o melhor. — A voz de Peter Pettigrew, seu amigo e companheiro de dormitório, interrompeu seus pensamentos.

James suspirou, desviando a atenção do fio para encarar Peter. Seu amigo parecia impaciente, com os braços cruzados e uma expressão exasperada no rosto.

— Por favor, se quer saber quem é teu amor, vá atrás da linha. — Peter sugeriu, tentando soar encorajador.

— Impossível, Pete. Não é ninguém da nossa sala. — James rebateu, frustrado. Ele já havia considerado essa possibilidade e a descartara rapidamente.

— Nem Lily? — Peter perguntou, arqueando uma sobrancelha.

James fez uma careta de desgosto.
— Pelo amor! Esqueça minha ilusão por Lily! Isso foi no primeiro ano, e foi um erro! — Ele quase quis vomitar só de lembrar que já pensou em gostar de Lily. Logo Lily! Sua irmãzinha. — Ela é uma irmã pra mim.

Peter levantou as mãos em rendição, recuando um passo.
— Ok, ok, senhor superado. — Ele riu, mas havia uma pontada de preocupação em seu olhar. — Seja o que for, não estou afim de ver você babar em um fio. Vou para o refeitório.

James observou Peter sair do dormitório, o som dos passos ecoando pelo corredor vazio. Ele suspirou novamente, sentindo-se dividido. Parte dele queria seguir Peter e aproveitar o café da manhã, mas a outra parte não conseguia abandonar a obsessão pelo fio vermelho.

Ele se sentou na cama, puxando os joelhos para o peito enquanto encarava o fio com renovado fascínio. Desde que aparecera, ele não conseguia parar de pensar na pessoa do outro lado. Quem seria? Como seria o encontro? As perguntas o consumiam, tornando difícil se concentrar em qualquer outra coisa.

James desistiu de pensar. Levantando-se, destinado a ir para o refeitório.

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Regulus Black estava sentado à mesa da Sonserina, cercado por seus amigos mais próximos, Barty Crouch Jr. e Evan Rosier. Os dois estavam engajados em uma conversa animada sobre as últimas fofocas da escola e os rumores de atividades fora de Hogwarts, mas Regulus mal conseguia prestar atenção. Ele fingia ler um livro de poções avançadas, mas a verdade era que sua mente estava a mil milhas de distância.

O jovem bruxo sentia um desconforto crescente, que parecia emanar de seu dedo mindinho esquerdo. Desde quinta-feira, a dois dias atrás, um fio vermelho aparecera ali, ligando-o a um destino que ele ainda não compreendia completamente. Regulus sabia o que aquele fio significava - seus pais haviam lhe contado histórias sobre o destino e as linhas vermelhas que conectavam as almas - mas ele não conseguia entender por que, aos dezesseis anos, já estava destinado a alguém, sendo que o normal seria aos dezessete.

Ele lançou um olhar furtivo para o fio, tentando disfarçar seu interesse. A linha vermelha era fina e brilhante, pulsando com uma energia quase hipnótica. Cada vez que ele tentava ignorá-la, parecia mais impossível. O fio o fascinava e o perturbava em igual medida.

Akai to | starchaser - Jegulus.Onde histórias criam vida. Descubra agora