02.2 - Você não precisa mentir para mim.

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Se você fechar os olhos e se concentrar, talvez sinta uma leve pulsação no dedo mindinho, indicando a direção de sua alma gêmea.

. . .

Regulus acordou com um leve desconforto nas costas causado pela parede fria do castelo. Ele piscou algumas vezes, ajustando-se à penumbra da noite que já havia caído. As sombras da torre agora eram profundas, e a única iluminação vinha das estrelas e da lua brilhando lá fora.

Enquanto seus olhos se acostumavam à escuridão, ele olhou para baixo e viu James ainda dormindo tranquilamente em seu colo. O coração de Regulus deu um salto ao perceber quanto tempo haviam passado juntos. Seu rosto começou a corar, sentindo uma mistura de vergonha e surpresa ao perceber que praticamente havia passado o dia inteiro com James.

James parecia incrivelmente sereno, uma expressão de paz que Regulus não conseguia desviar o olhar. O leve movimento de sua respiração era um lembrete constante de sua presença, e Regulus não pôde deixar de sorrir, um sorriso tímido que ele rapidamente tentou esconder.

Ele hesitou, não querendo acordar James, mas também consciente de que precisavam retornar aos seus dormitórios antes que alguém percebesse sua ausência. Com um movimento cuidadoso, Regulus começou a deslizar sua mão pelos cabelos de James novamente, desta vez com o intuito de acordá-lo gentilmente.

James se mexeu levemente, murmurando algo inaudível, mas não abriu os olhos. Regulus tentou novamente, falando em um tom baixo e suave:

— James... já está ficando tarde.

Dessa vez, James abriu os olhos lentamente, piscando para focar em Regulus. Ele parecia um pouco desorientado no começo, mas logo um sorriso preguiçoso apareceu em seu rosto.

— Parece que dormi mais do que planejei. — disse James, sua voz ainda embargada pelo sono.

Regulus riu suavemente, sentindo-se mais à vontade do que esperava.

— Eu também. — admitiu ele. — Mas precisamos voltar antes que alguém sinta nossa falta.

James assentiu, sentando-se lentamente e esticando os braços com um bocejo. Ele olhou para Regulus, e por um momento, houve um silêncio confortável entre eles, como se ambos estivessem processando a proximidade inesperada que tinham compartilhado.

— Foi um dia... interessante. — comentou James, levantando-se e estendendo a mão para ajudar Regulus a se levantar também.

Regulus aceitou a mão de James, sentindo um calor reconfortante na palma de sua mão. Ele se levantou, ajeitando suas roupas e pegando o livro que havia deixado de lado.

— Sim, foi. — respondeu ele, seu tom um pouco mais sério. — Obrigado, James. Por tudo.

James sorriu, um brilho travesso em seus olhos.

— Não precisa agradecer, Regulus. Acho que ambos precisávamos disso. — Afinal, isso é algo que teremos de acostumar. — Levantou a mão, mostrando o fio enrolado.

Enquanto eles desciam a escada da torre juntos, Regulus não pôde deixar de sentir que algo havia mudado. Havia uma nova compreensão, uma nova conexão entre eles, que ele mal podia esperar para explorar.

Quando finalmente chegaram ao pé da escada, James parou e se virou para Regulus.

— Então, nos vemos amanhã? — perguntou ele, seu tom casual, mas com um brilho de expectativa nos olhos.

Regulus sorriu, sentindo uma sensação de excitação crescer dentro dele.

— Sim, nos vemos amanhã.

Akai to | starchaser - Jegulus.Onde histórias criam vida. Descubra agora