Venticinque

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— O que achou do ravioli?

— Uma delícia. Vocês realmente merecem a fama pelas massas. Quer um pouco?

Damiano balançou a cabeça concordando, Robin serviu uma garfada caprichada e a conduziu lentamente até a boca do italiano.

Ela limpou o canto de sua boca com o dedão e depois o chupou de forma provocativa, e instantaneamente Damiano sentiu como se sua cueca encolhesse em sua pele.

A maquiagem disfarçava bem os olhos inchados e as olheiras de Robin, mas a vermelhidão de seus olhos ainda era perceptível, deixando claro o esforço que ela fazia para não chorar naquele momento.

Damiano não tinha se esforçado tanto assim – estava um caco. Olhos inchados e contornados por olheiras profundas, os lábios rachados e machucados.

— O que acha de irmos ao cinema? Depois de jantarmos. — A esperança era presente em sua voz, queria ficar a sós com a namorada... Ou seria ex?

Robin olhou de soslaio para a mesa ocupada por outro casal ao lado deles e depois procurou o paparazzi que estava escondido em um arbusto do lado de fora do restaurante, ao ver o flash da câmera percebeu que ainda eram observados.

— Preciso descansar, vamos deixar para outro dia?

A indiferença em sua voz fez o garoto se encolher em sua cadeira.

Ela não tinha mentido, realmente precisava dormir um pouco, mesmo sabendo que não conseguiria.

Fazia uma semana desde a briga, uma semana exata até os sites começarem a se perguntar por onde andava o casal e criarem rumores sobre um possível término.


— Não importa o que aconteceu, vocês ainda têm um contrato a ser cumprido!


A voz de Edith ecoava em seu inconsciente, fazendo seus dedos tremerem enquanto tentava segurar seus talheres.

— Posso recolher?

Robin pulou ao ver o garçom parado ao lado dela, seu prato ainda estava cheio, seu estômago se revirava só com o cheiro de tempero que vinha dele. O de Damiano também estava praticamente intacto, ele batucava os dedos na mesa contanto os segundos para poderem ir para o fundo do restaurante e finalmente acender seu cigarro.

Os dois concordaram, Damiano encarava Robin desesperadamente, não aguentava mais o silêncio torturante que vinha recebendo dela.

Uma semana sem ouvir sua risada, sua voz. Uma semana dormindo em seu carro na entrada do condomínio dela esperando algum segurança sentir pena dele e o deixar entrar.

— Roberta, será que...

— Tá tarde. — O interrompeu pinçando o canto dos olhos — Acho que devemos ir.

— Robin, por favor... — Sussurrou tentando alcançar a mão dela sobre a mesa.

Robin deixou que ele a tocasse por tempo o suficiente para o paparazzi conseguir uma foto, e então se encolheu na cadeira cruzando os braços. Ela contou mentalmente, deixou que ele tocasse sua mão por 15 segundos, que mais pareceram eternos. Segundos esses que foram o suficiente para que toda a sua pele formigasse.

— Certo. — Damiano concordou pressionando os lábios em uma linha reta, seus olhos começaram a arder e usou do boné para esconder as lágrimas que se juntavam em seus olhos — Vamos então?

Robin concordou se levantando, seus dedos estavam gelados e suas pernas dormentes. Seu peito doía de forma constante, já quase se tornando tolerável. Cada olhada para Damiano era uma facada nova, a acertando de um ângulo diferente.

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⏰ Última atualização: Jul 27 ⏰

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UNÍSSONO  ↳ Damiano David ↰Onde histórias criam vida. Descubra agora