Capítulo 6

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Caminhos Sem Saída

Apesar do medo e inseguranças, tudo correu normal no prédio, ninguém a olhou estranho, sussurrou segredos ou a evitou como ela temeu, o que foi um alívio. Porém, o que tornou o dia de Yelena um tanto caótico foi a descoberta de uma máquina danificada e um avanço na condição do corpo que tem causado temor e caos no escritório.

Porém, a atividade não pode ser registrada dado os danos sofridos pelo equipamento de linha da instituição.

Já era horário de almoço e Romanova iria sair para comer fora, como sempre fazia se não tivesse descoberto a surpresa dentro de sua bolsa.

Uma pequena marmita feita a mão por um médico bonitão chama a atenção de todos os acompanhantes dela para o restaurante do dia. Anexa a ela, um pequeno post-it com uma curta mensagem na perfeita caligrafia do responsável.

"Fiz essa lembrancinha porque te achei muito magra quando te levei para a cama ontem. Se alimente direito Ye'.

Do seu não-nutricionista, Nathan"

As bochechas de Ye' queimam com a conotação que a frase pareceu ter, mas logo a cor some de seu rosto quase completamente com uma frase ao seu lado.

- Sr.ª Romanova, eu não esperava isso de você! Esconder que tem um esposo tão dedicado a lhe fazer comida! - Risadas ecoam dos colegas tão exaustos quanto a cientista supostamente casada.

- Mas eu não sou casada, e Nathan não é meu esposo - Yelena se justifica, mas parece que piora a situação.

- Ainda, senhorita, ainda! Se ele não for pelo menos seu namorado a minha vida inteira foi uma mentira e a terra é plana! - Todos riem ao mesmo tempo.

- Tá bom já chega - Yelena "briga" rindo junto, conforme expulsa eles do prédio - Eu já tenho meu almoço e o horário de descanso de vocês já está acabando. Sejam rápidos.

Todos saem levemente emburrados conforme a russa prossegue com a expulsão. Livre de um bando de colegas fofoqueiros, ela segue para seu canto isolado e se senta no banco que compartilha com James Wilson quando eles comem juntos.

Ela aguarda a chegada do mais velho, mas nada dele.

Um tempo se passa, sua refeição acaba, e, novamente, nada dele.

Porém, sentindo um olhar pousando sobre si, ela guarda o pote e espera a chegada de seu amigo, o que a deixa temerosa e impaciente. Estava sem distrações, tampouco atividades a fazer, já que seu celular estava na sua bolsa dentro do prédio - Era costume da dupla nunca portar eletrônicos quando conversavam- Sendo assim, ela inspira e expira conforme aguarda seu velho amigo.

Quando faltam 10 minutos para o fim da pausa da mulher, um pequeno senhor com bastante massa muscular chega ofegante; pela forma de sua chegada, ele provavelmente veio correndo.

- Yelena minha filha! - Ele fala quando finalmente deixa seu peso cair sobre o banco - Esse velho sente muitíssimo pela demora. Me enrolaram com questões que eu não poderia evitar e e...

- Senhor Wilson - Ela começa, mas ao ver que estavam sós ela deixa as formalidades - James, não precisa se preocupar. Sei que é um homem ocupado e super experiente. Todos querem um pedaço do senhor.

Apesar da piada ter acalmado um pouco os ânimos, a ansiedade no rosto do idoso não diminuía.

- Mas independente, você é minha prioridade! Não existe ninguém que me importa tanto quanto você. Além de que é uma promessa nossa.

O sorriso é presente no rosto de Yelena quando ela recita.

- "Almoçar todas as quintas e sextas no trabalho e jantar todos os sábados e segundas na nossa folga em comum". - Um risinho acompanha os lábios da moça após proferir os pedidos feitos pelo pequeno senhor, que estava abrindo seu almoço caseiro, ouvindo atento - Eu sei James, mas em breve o senhor poderá desfrutar da sua boa aposentadoria e, com isso, terá muito tempo livre para me ver e ter refeições comigo.

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