CAPÍTULO 02 / Diga Meu Nome

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ALEXANDRE

Depois que levaram o Grego, eu finalmente pude dormir, mas, meu sono foi regado por pesadelos. O barulho dos tiros ainda ecoava na minha cabeça mesmo estando em sono profundo. Quando acordo já passam das onze.

Minha mãe trabalhava o dia inteiro como caixa de um mercado aqui perto, enquanto o Juninho passa o dia inteiro na escola. Desde que o morro ganhou um novo chefe, a educação foi melhorada, graças a ele todas as escolas são em tempo integral.

Santo Grego

Resumindo, eu passo o dia inteiro sozinho, na maioria do tempo estudando. Levanto, arrumo a casa e logo estou sem fazer nada. Ligo a TV quando alguém bate na porta.

_Já vou! -digo me levantando para abrir.

_Vim assim que deu. -o Lucca entra sem ser convidada e se senta no sofá. _ E então, o que aconteceu? Me conte sem rodeios, por favor Alex.

_O dia está lindo, não está Lucca? -desconverso para ver o que ele faz, e o mesmo joga uma almofada em minha direção.

_Vai se foder garoto chato, fala logo! -vou até a cozinha e sirvo duas xicaras de café.

_Café? -ofereço e ele pega a xícara com cara feia. _Você vai surtar quando eu contar. -ele abre a boca pra falara mais se cala ao constatar uma coisa.

_Alex, cadê sua gargantilha de cruz que você não tira do pescoço nem para limpar?

_Então, tudo tem haver com isso. Quando eu vinha do cursinho, infelizmente fiquei preso no meio do fogo cruzado. Eu acabei me escondendo em um beco estreito, que pouco depois que eu entrei, para a minha surpresa, também entrou um delegado e o Grego.

_Então o Grego desapareceu porque ele está... -faz sinal de garganta sendo cortada.

_Não! Não, seu doido! Ele está bem. – eu o corto e o mesmo respira aliviado. _Ele levou apenas um tiro de raspão no braço.

_Não entendo o que o Grego levar um tiro tem haver com a sua gargantilha.

_Bom, para o delegado não estourar os miolos do Grego, eu acabei acertando o chefe na cabeça com um pedaço de madeira. Ele desmaiou, e ele acabou dando dois tiros no delegado. -digo mexendo meu café.

_EU NÃO ACREDITO! -falou berrando feio um doido.

_Calma a melhor parte vem agora, como o Grego estava desacordado e ferido, eu o trouxe pra cá.

_Ele está aqui? -pergunta espantado.

_Não. Os soldados vieram buscar ele assim que o dia amanheceu.

_Deixa eu adivinhar, aí quando eles chegaram, você se despediu do Greguinho e na hora dele ir embora você falou: Leve isso com você meu amor, para você nunca se esquecer de mim, e entregou a gargantilha. -eu gogo uma almofada nele.

_vadio, safado! Eu coloquei minha gargantilha no bolso de para ela protegê-lo, só isso.

_Eu não acredito que aquele gostoso estava na sua casa e nem pra você me avisar né sua bandida. -ele começa a me bater com a almofada .

_Tá interessado em virar danadinha do Chefinho né Lucca?

_Sendo amante dele na surdina, eu já saio no lucro! -eu reviro os olhos.

_Enfim, ele passou a madrugada inteira nesse sofá... -ele para com a almofada no ar e abraça a mesma espirando o cheiro.

_Tá com o perfume dele amigo! -me olha com os olhos do gato de botas. _Deixa eu levar pra mim?

O PRÍNCIPE DO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora