3| Deux oiseaux

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     Duas crianças que cresceram separadas da sociedade, mas juntas. Duas crianças que podiam ver apenas eles mesmos como amigos. Duas crianças que se tornaram inseparáveis ao longo do tempo. Lutando juntos contra um inimigo em comum.

     Seus próprios pais.

     Filhos de um dos maiores ceo de turismo e hotelaria, eles tinham seu futuro planejado. Era esperado que o primogênito dos gêmeos, Francisco Miguel, herdasse a empresa e o papel do pai no futuro.

     Para a filha mais nova, Baghera, queriam que ela fosse política, que esteve sobre todos os outros, os liderando.

     Foram educados em casa, apenas pelos melhores educadores. Foi uma rotina opressora.

     Não foi uma surpresa terem se rebelado. Surpreendente foi como demoraram.

     Primeiro, foi Baghera, que na primeira oportunidade que conseguiu, foi para a França, aos 16 anos. Não foi difícil se adaptar, tendo francês como uma de suas línguas maternas. Pouco mais de dois anos depois, foi Miguel, indo estudar engenharia no Brasil.

     Então, dois irmãos que eram inseparáveis na infância e adolescência, estavam agora a um oceano de distância e fuso horários distintos.

     Baghera estava a um passo de começar a subir pelas paredes de preocupação. Uma semana. A porra de uma semana inteira que ela não via seu irmão. Quer dizer, nos primeiros três dias ela o visitou no hospital, mas depois que ele acordou ela nunca mais viu ele.

     Sabia que ele estava com Cellbit e ela confiava nele. Mas, caramba, ela queria ver ele agora na frente dela, ver que ele estava bem!

     Mas sabia que ele deveria estar confuso com os anos perdidos e não deveria ser sobrecarregado. Ela só... Odiava ficar mais tempo longe de seu irmão.

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     Ele puxou as mangas de sua camisa longa, o nervosismo tomando conta de si. Finalmente, depois de dezesseis anos, ele se reencontraria com a sua irmã.

     Claro, para ela não se passou tanto tempo, mas era apenas detalhes.

     Forever acompanhou sua carreira o máximo que pode, sua irmãzinha cresceu bastante.

     Ele escutou a cadeira na sua frente ser puxada e levantou o olhar, encontrando... Brunin?

     — O que aconteceu com você? – mas a voz estava diferente... Não, não era seu marido, era sua cópia.

     Seu rosto se fechou. Ele não queria continuar com os erros do seu eu do passado. Era hora de dar um fim nesse relacionamento.

     — Eu não te devo satisfações! – Philza pareceu surpreso e até recuou. :— Não temos nada e claramente não somos amigos. Agora, poderia sair? Estou esperando alguém.

     — Mas, Forever-

     — Não o escutou, Phil? Ele não te quer aqui. – uma terceira voz se sobressaiu.

     Philza olhou uma e outra vez entre os dois antes de sair. Finalmente, Forever dei uma boa olhada na nova pessoa.

     Definitivamente, ela estava mais velha, nada como a adolescente magricela que conhecia. E, novidade, seu cabelo estava curto e tingido de rosa. Mas, apesar das mudanças, Baghera continuava bonita.

     Logo ele estava sendo sufocado nós braços de sua irmã. Forever relaxou e a abraçou de volta, sorrindo.

     — É bom te ver de novo. – ele sussurrou. Baghera se afastou, mas ainda o segurando pelo ombro.

     — Hora de recuperar o tempo perdido!

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     — Qual você prefere? – ele levantou os dois vidrinhos.

     — Roxo.

     — Boa escolha. – ele colocou de lado o esmalte rosa, abrindo o outro. :— Ok... Então, aparentemente eu tenho uma sobrinha?

     — Pomme. Foi um caso de uma noite, quando eu estava passando as férias na França.– Forever parou e olhou atentamente para sua irmã. :— Ele é conhecido de um amigo que fiz por lá e somente na minha última semana na França que eu descobri. – Baghera desviou o olhar para os esmaltes. :— Bom... Ele não queria tomar responsabilidades sobre ela-

     — Então ele te deixou para cuidar de uma criança sozinha? – ela assentiu. :— Que arrombado!

     — Mas ele se redimiu! Dois anos atrás, ele veio para Quesadilha para ficar com a filha!

     — Mas isso não apaga suas decisões iniciais! – ele passou a mão pelo rosto. :— Que bom que ele decidiu ser um pai de verdade, mas ele ainda ficou fora por muito tempo para a Pomme. Qual o nome dele.

     — Pierre. – Forever respirou fundo e voltou a função.

     — Mas de qualquer forma, é você quem toma as decisões de sua vida, eu só posso aceitar e dar conselhos. Mas deixo claro minha opinião sobre esse cara.

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     Seus pais eram completamente contra a diversão, então eles não participaram de grande parte das atividades que outras crianças participavam. Isso incluía parque de diversões.

     Claro, quando eles saíram de casa fizeram tudo o possível para salvar a infância que perderam, mas nunca tiveram a experiência de experimentar as coisas juntos - bem, para Forever, já que para Baghera, sempre que os dois tinham tempo, eles davam um jeito de fazer isso acontecer.

     — Vamos, Eve, ou vamos pegar fila! – Baghera o puxou para o primeiro brinquedo que viu.

     Descobriu-se que Forever tinha uma mira muito boa, o que resultou em Baghera com alguns bichinhos de pelúcia.

     Forever odiou a sessão de terror, mas Baghera parecia amar.

     Baghera odiava a maioria dos brinquedos, já que deixava seu estômago fraco, mas Forever amava adrenalina, então ela ia mesmo assim.

     Baghera sentia que deixou seu estômago para trás. Deus, ela nunca mais iria numa montanha russa novamente - não importa quantas vezes ela já havia quebrado essa promessa.

     — Vamos de novo? – ela lançou um olhar mortal para Forever, que parecia nem um pouco afetado.

     — Vai se foder, Forever. Nunca mais entro num desses! – Forever fez biquinho.

     — Chata! Mas tudo bem, já estamos acabando aqui. Só falta um brinquedo. – ele começou a puxá-la para outro lugar.

     — Eve... Não é mais outro brinquedo de adrenalina, né? – Forever riu a puxando para outra fila.

     — É apenas a roda gigante.

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     Vendo pela roda gigante, Quesadilha era realmente um lugar bonito, ainda mais com a luz alaranjada do por do sol.

     Forever pegou a caixinha em seu bolso e se virou.

      — Ficamos longe por muito tempo, menos para você eu acho. – chamou a atenção de Baghera. :— Mas finalmente estamos juntos novamente. E hoje também marca o dia em que você foi embora.

     — Nossa, nem parece que já se passaram 16 anos. – ele concordou.

     — Sim... Também foi quando fizemos nossa promessa de nunca nos esquecermos-

     — E nunca nos abandonar, não importa a distância. – ela sorriu.

     — Isso é algo que eu tenho a muito tempo, me surpreende eu nunca ter te dado antes. – ele a entregou a caixinha preta. :— Feliz dia dos irmãos.

     Baghera sorriu.

     Ela abriu a caixa, revelando um colar de prata com um pingente de pato que tinha uma correntinha que conectava a um pingente de borboleta.

     — Obrigada, Eve! – ela o abraçou.

Lost MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora