6| Beauté Angélique

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Ele acordou com alguém pulando em cima dele. Ele sorriu, abrindo os olhos, e encontrando olhos amendoados. Nem pensou duas vezes antes de começar a fazer cócegas em seu filho.

Apenas quando Richarlyson começou a ofegar que ele tirou suas mãos, se sentando direito na cama.

— Bom dia, Richas! – seu filho recuperou seu fôlego antes de se sentar.

"Bom dia! Pai Cellbit e tio Roier estão lá embaixo.", Forever se levantou, se espreguiçando.

— Vai ficar com eles, eu vou só me arrumar! – ele esperou Richarlyson sair do quarto para ir ao banheiro.

Forever desceu, vendo Cellbit e Roier conversando sobre algo que ele não prestou atenção. Ele abriu a geladeira, pegando um pote com pedaços de bolo do dia anterior e colocando em cima da mesa.

— Bom dia. – ele disse, colocando café em uma xícara.

— Ah, pensei que não tinha nos visto! – Cellbit disse, bebendo um pouco de seu copo. Forever sorriu, ele tinha os ignorado propositalmente.

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Não é como se fosse difícil se acostumar com sua vida nova. Ele tinha o que sempre quis, um filho, uma família amorosa, sua irmã e amigos para compartilhar suas conquistas.

Suas visitas ao consultório estavam se tornando espaçadas. O retorno, apesar de curtas, de suas memórias foi um bom sinal e ele só deveria voltar se sentisse sintomas fora do normal.

Sua antiga vida não foi esquecida, ninguém consegue superar o luto em poucas semanas, mas ter pessoas do lado ajuda. Ele sabe que pode estar adiando entrar em contato com seus amigos do Brasil, mas ele ainda precisa de um pouco mais de tempo.

Forever sorriu quando entrou no parque e a primeira coisa que viu foi Badboyhalo cercado de duas garotinhas, uma que ele reconheceu sendo Pomme e a outra, Tallulah.

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Ele observou as duas garotas colocarem flores no cabelo uma da outra com um sorriso. Atrás dele, era possível escutar gritos e risadas enquanto os garotos jogavam futebol.

— Hey, Bad, de babá hoje? – ele olhou para o lado, vendo Forever com Richarlyson correndo na frente.

Badboy não respondeu, completamente paralisado com a cena diante dele. Ele sabia que era péssimo em esconder seus sentimentos e estava grato por seu amigo nunca ter descoberto (cego por sua paixão por Philza), mas ele poderia agora, com a forma que seu rosto esquentou quando o viu. O cabelo de Forever estava preso em uma trança e, mais importante, vestindo um lindo vestido lilás. Badboy mal se lembra da última vez que o viu usar um vestido - possivelmente naquele halloween de alguns anos atrás. Se Forever não fosse um humano, ele com certeza seria um anjo, ele até já tem a beleza de um.

— Bad, você está bem? – os olhos de Badboy focaram, encontrando castanho. Ele assentiu, distraído.

Olhando ao redor, ele encontrou Richarlyson junto de Dapper, Ramon, Leonarda e Chayenne, jogando futebol.

— Tio Forever! – as duas garotas, que haviam saído rapidamente para pegar mais flores, vieram até eles.

Forever se abaixou, ficando da altura das duas que chamavam seu nome repetidas vezes, com um sorriso.

Forever era tão bom com crianças, como se tivesse habilidade nata para isso, enquanto Badboy teve que aprender na tentativa e erro de como cuidar de Dapper depois que seus pais faleceram. Forever sabia do que as crianças precisavam e de quando, como se tivesse um radar. Mesmo agora, um pouco diferente e sem a maior parte de suas memórias, ele ainda conseguiu se enturmar facilmente com as crianças.

— Tonton, podemos trançar seu cabelo? – Badboy se assustou com a pergunta repentina de Pomme. Ela, Tallulah e Forever tinha olhos de gatinho.

— ... Tudo bem. – respondeu em resignação, era a única resposta possível com esse triple kill.

Badboy foi forçado a ficar de costas para os três – tendo a visão dos outros jogando bola - e ele soltou seu cabelo do quase permanente rabo de cavalo baixo. A voz de Forever era calma e baixa enquanto ele dava instruções para as duas outras garotas.

Ele estava quase adormecendo quando o trabalho foi finalizado. Badboy se virou com um pequeno sorriso torto.

— Bad não está bonito, meninas? – Forever perguntou, ganhando concordâncias animadas das outras duas. :— Mas está faltando algo. – então algo foi colocado sobre sua cabeça. :— Perfeito.

— Uou! Essa coroa de flores é linda! – Pomme exclamou, chegando mais perto de Badboy e tocando o que estava em sua cabeça.

— Tentamos fazer mais cedo. – Tallulah levantou as flores amassadas trançadas umas nas outras. :— Mas não deu muito certo!

— Au. – Forever pegou as tentativas fracassadas com cuidado. :— Posso ensiná-las se quiserem?

— Sim! – então Forever tinha duas crianças em seu rosto.

— Como você fez isso tão rápido? – perguntou Badboy. :— Foram o que, cinco minutos até elas terminarem de trançar meu cabelo?

— Eu tenho muita prática! – sorriu e entregou algumas flores para as garotas.

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Eram quase duas da tarde e ele e Badboy estavam indo para a praia de Copacabana, as crianças corriam na frente deles, brincando de pique e pega no meio do caminho.

Forever e Badboy tinham casquinhas de sorvetes na mão e na outra, sacolas com alguns suprimentos para um piquenique e, claro, um pote de sorvete para as crianças.

A praia estava quase vazia, sendo um dia de semana. Forever colocou o lençol no chão - que eles haviam ido pegar, depois que Richas e Tallulah deram a ideia de irem a praia.

Ele riu quando Richarlyson apenas tirou sua camisa e correu para a água. Forever observou seu filho dar pirueta na água, finalmente em seu ambiente.

As crianças que não foram apressadas como seu filho, esperaram Forever e Badboy passarem protetor solar neles antes de correrem pela praia ou para a água.

Forever limpou sua mão com um guardanapo, terminando de tomar seu sorvete, e olhou pro homem ao seu lado. Badboy parecia bonito com sua nova trança, com uma coroa de flores de jardim.

Espera... Ele podia achar seus amigos bonitos, certo?

Droga... Por que parecia que ele tinha voltado a ter dezoito?

— Forever? Forever? Eve? – ele piscou, focando em Badboy que balançava a mão em frente ao seu rosto. Ele se afastou quando notou a atenção do loiro em si. :— Oh, você está acordado.

— Me desculpa, me distrai! – Badboy assentiu.

— Tudo bem... Eu estava te perguntando se iria querer um pouco de bolo.

— Não, estou bem. – Badboy deu de ombros e pegou um pouco se sentando ao lado de Forever, observando o mar. :— Vou chamar as crianças. – Forever se levantou, indo perto de onde as crianças estavam. :— Richas, Dapper, Pomme, Ramon, Tallulah, Chay e Leo, venham comer! – as crianças discordaram dele, o fazendo colocar as mãos na cintura. :— Venham logo, senão vou arrastar vocês pela orelha e não deixar mais ninguém voltar para a praia durante duas semanas! – com a ameaça, as crianças vieram rapidamente.

Badboy riu para si mesmo com a imagem mental de Forever segurando um chinelo como se fosse uma mãe furiosa. Ele parou de rir quando o olhar furioso venho para ele.

— Do que está rindo? – ergueu uma sobrancelha.

— Nada.

Lost MemoriesOnde histórias criam vida. Descubra agora